Romperam um namoro de
quatro anos, cada um dizendo que não agüentava mais, que o término seria uma
libertação para ambos e que a culpa não era de nenhum dos dois. Nada de
ofensas, cobranças, reclamações ou lágrimas. Educadamente deram-se um último
abraço e reciprocamente desejaram-se boa sorte.
Passados dois meses da
separação, João resolveu atormentar Maria enviando-lhe uma mensagem, a primeira
e única desde o último encontro.
“Sonhei contigo esta noite Maria. Estavas te preparando para o primeiro encontro depois que nos separamos. Era com o primo de tua amiga Juliana, ela jurava que vocês combinavam e insistiu na apresentação. Estavas agoniada, não sabias que roupa usar, andavas de um lado para outro. Eu estava sentado no sofá da sala te observando, mas não conseguias me ver.
Primeiro experimentastes
aquele vestido branco que te dei de aniversário, depois trocastes de roupa mais
umas cinco vezes. Calça jeans rasgada, saia verde plissada, blusa azul de
crochê feita pela tua mãe, aquela camiseta regata que compramos em Fortaleza e
por último, o vestido florido que fica bem justo no teu corpo e eu sempre dizia
que era de parar o transito para te ver passar.
Sinceramente queria te
ajudar na escolha, mas não podias me ver ou ouvir. Tentei tirar do armário
aquela camisa semitransparente que usastes no dia que nos conhecemos, mas
também não podia mexer nas tuas coisas. Estava ali como um fantasma, te
rondando.
No meio de tanta
hesitação, decidistes dar um tempo e te maquiar. Entrastes no banheiro e em
seguida escutei um grito. Estavas apavorada. Não conseguias te enxergar no
espelho. Era eu quem surgia no teu reflexo. Correstes até o espelho da sala,
acendestes a luz, mas em vão, o efeito continuava, meu rosto aparecia
sobreposto ao teu.
Não sei como um fantasma
pode se refletir no espelho, nem o que eu estava fazendo na tua casa, mas sonho
é sonho, sendo apenas uma manifestação do inconsciente traduzindo alguma realidade
anestesiada.
Então, em meio ao caos,
toca a campainha. Era o candidato pretendente batendo a tua porta.
Acordei agoniado com o
toque da campainha, que na verdade, era o despertador chamando para mais um dia
de trabalho. Logo percebi que se tratava
apenas de um sonho, então sorri aliviado”.
Amor ou delinqüência?
Escreva sua opinião.
Penso, que alguns relacionamentos poderão, sim, de uma forma ou de outra. transformarem-se em uma obsessão. O que leva algumas pessoas a crerem que o rompimento físico é o definitivo? Quais seriam os motivos deste rompimento não terem dado certo para aquela pessoa? Quais seriam as circunstâncias, que os envolvem numa continuada relevância em suas vidas? Para alguns, realmente é bem difícil, uns ficam apenas nos sonhos, outros colocam em prática suas delinquências... Vai saber o que cada um é capaz imaginar ...
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