Suponha que algum laboratório multinacional oferecesse uma pílula revolucionária que lhe daria trinta anos de vida extra, excelentes condições de saúde e nenhum efeito colateral. Você aceitaria imediatamente ou precisaria de algum tempo para refletir sobre este bônus de eternidade? Por que escolheram justamente você para ganhar este presente? Seus familiares também teriam este direito? Exigiriam algo em troca? O que você faria com estes trinta anos adicionais?
Já que estamos em plena pandemia, temendo a contaminação, a doença e a morte, quem sabe seja o momento adequado para algumas considerações sobre a vida e seu término, afinal, a ameaça de morte pode ser uma boa conselheira, mostrando o contraste com a vida e o que realmente importa para cada um de nós. Quem sabe o medo da morte prove, por fim, ser até pior que a própria morte. Morrer não é difícil, viver é que é difícil, e tudo o que sabemos até hoje sobre a morte é o que percebemos nos outros, já que não pode ser experimentado em nós mesmos.