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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

A verdade nunca mata


Conheci Pedro no hospital. Internou-se com uma forte dor nas costas. Era um homem com seus cinquenta anos de idade, casado, aparentemente sadio. Bem sucedido profissionalmente, praticava esportes, tinha vida regrada e não fazia uso de medicamento algum. Aquela dor não parecia estar relacionada com  mau jeito ou traumatismo. Havia algo de estranho.

Prescrevi alguns analgésicos que aliviaram seu sofrimento, mas era preciso investigar a origem da dor. Depois de alguns exames o diagnóstico parecia ser de um câncer no pâncreas com metástases para a coluna. O prognóstico dessa doença é muito ruim, meses de vida. Era preciso que tanto ele como a família fossem informados.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Dê ao homem uma máscara e ele lhe dirá a verdade

Já percebeu que as fotos antigas, aquelas da época de seus bisavôs para trás, tinham algo em comum? Ninguém sorria. Nem mesmo reis, rainhas, imperadores, crianças, damas da sociedade. Até mesmo quando a família estava reunida em uma festa, os rostos não mostravam sinal algum de alegria. Será que a sociedade passava por tantos percalços que ninguém tinha vontade de sorrir? Claro que não.

Alguns sustentam que a sobriedade das pessoas era devida à falta de dentes, o que as envergonhava e obrigava a fechar a boca na hora das fotos. Ora, se quase todos eram banguelas, não precisariam se preocupar com a feiura da boca, já que se constituía em normalidade e ninguém iria depreciar esta condição ou se tornar menos atraente pela falta ou podridão de alguns dentes. Além disso, crianças pequenas ainda não sofriam deste mal e mesmo assim não sorriam.

Outra teoria, bem mais aceita, é a de que as câmeras antigas precisavam de um tempo de exposição extremamente longo para capturar uma foto e as pessoas precisavam ficar paradas, respirando lentamente e sem movimentos durante o procedimento. Sorrir, em geral, é algo inato, porém sorrir em frente a uma câmera não é algo instintivo, e forçar um sorriso mantendo-o aberto por um tempo que poderia variar entre cinco e trinta minutos era muito desconfortável, senão impossível. Fazer um rosto de sobriedade era bem mais fácil que manter um sorriso falso.