quarta-feira, 29 de junho de 2016

Bem vindo ao mundo frenético

Depois de uma temporada peregrinando e refletindo sobre a vida no Caminho de Santiago, volto em paz para casa. Largo a mochila e as botas – companheiras inseparáveis de viagem, quase fazendo parte do meu corpo – num canto da lavanderia e sinto um forte aperto no peito, como se estivesse me desmembrando. 


Foram dias memoráveis juntos, fizeram o caminho sobre minhas costas e sob meus pés. São parte importante desta jornada. Impossível pensar na caminhada, sem lembrar de quanto me auxiliaram, quanto foram importantes, quanto estivemos colados. Deixá-las ali, naquele chão frio, não significava um alivio no peso que carregava ou o final do caminho, mas o inicio do retorno ao cotidiano, a agitação da cidade grande e a volta aos problemas mundanos.