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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Por que o lançamento do livro aconteceu em uma vila

No dia do lançamento do livro, estava preocupado. Parecia até que o autor era eu. Nunca havia comparecido a uma sessão de autógrafos restrita a pouquíssimos convidados. Imaginava uma sala quase vazia onde o autor, depois dos trinta minutos iniciais de movimentação de pessoas, restaria isolado, apoiado em uma mesa, torcendo para que mais alguém entrasse na livraria. Depois de mais uns trinta minutos de espera e solidão disfarçada, encerraria a sessão com a sensação de vazio.

Não gostaria que isto acontecesse contigo e gastei várias horas pensando estratégias de preencher física e emocionalmente a livraria. A idéia de fazer o lançamento em um local pequeno, íntimo, numa cidadezinha no interior de Minas Gerais havia sido tua. Eu era apenas um convidado. Achei que não deveria questionar, afinal de contas, você é uma escritora experiente e eu, apenas um aprendiz. Também fiquei com receio de te contaminar com meus fantasmas. Apesar disto, algo me dizia para ficar atento a uma possível falta de público.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Por onde você chora?

               Por onde você chora? Através das lágrimas que escorrem de seus olhos? Não necessariamente. Vou tentar lhe mostrar outros prantos.

               Um primeiro paradigma a ser quebrado é o do corpo Aristotélico, composto de cabeça, tronco e membros, músculos, ossos e vísceras. Esta é uma idéia de corpo em sua natureza física, orgânica e material. Um corpo vivo, porém inanimado. Uma cisão entre corpo e alma, entre objetividade e subjetividade.

               Durante muitos séculos, a busca de exames e doenças ficou restrita ao corpo físico. A partir dos sintomas apresentados, o paciente se enquadrava nos padrões de normalidade da época ou era considerado doente. A medicina decompunha as pessoas em partes ou sistemas e os examinava objetivamente. O fígado estava doente, o cigarro fazia mal ao pulmão...Este modelo cartesiano demonstrou-se ineficaz.