Mostrando postagens com marcador mascara. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mascara. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Dê ao homem uma máscara e ele lhe dirá a verdade

Já percebeu que as fotos antigas, aquelas da época de seus bisavôs para trás, tinham algo em comum? Ninguém sorria. Nem mesmo reis, rainhas, imperadores, crianças, damas da sociedade. Até mesmo quando a família estava reunida em uma festa, os rostos não mostravam sinal algum de alegria. Será que a sociedade passava por tantos percalços que ninguém tinha vontade de sorrir? Claro que não.

Alguns sustentam que a sobriedade das pessoas era devida à falta de dentes, o que as envergonhava e obrigava a fechar a boca na hora das fotos. Ora, se quase todos eram banguelas, não precisariam se preocupar com a feiura da boca, já que se constituía em normalidade e ninguém iria depreciar esta condição ou se tornar menos atraente pela falta ou podridão de alguns dentes. Além disso, crianças pequenas ainda não sofriam deste mal e mesmo assim não sorriam.

Outra teoria, bem mais aceita, é a de que as câmeras antigas precisavam de um tempo de exposição extremamente longo para capturar uma foto e as pessoas precisavam ficar paradas, respirando lentamente e sem movimentos durante o procedimento. Sorrir, em geral, é algo inato, porém sorrir em frente a uma câmera não é algo instintivo, e forçar um sorriso mantendo-o aberto por um tempo que poderia variar entre cinco e trinta minutos era muito desconfortável, senão impossível. Fazer um rosto de sobriedade era bem mais fácil que manter um sorriso falso.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Beijo de máscara


 Em julho de 2012 escrevi um artigo ensinando como dar o melhor beijo do mundo. Apesar da pouca modéstia e enorme presunção do pretenso escritor, o texto fez bastante sucesso na época, tendo sido chamado para entrevistas no radio e televisão. Passei também por situações constrangedoras e inesperadas, eventualmente no meio de uma palestra ou reunião algum engraçadinho perguntava se haveria demonstrações práticas.

Na verdade não inventei nada de novo, nem me julgava um grande beijador, apenas me inspirei na música da compositora mexicana Consuelo Vélazquez, que aos dezesseis anos de idade declarou para seu amado:

“Besame, besame mucho, como se fuera ésta noche, la última vez
Besame, besame mucho, que tengo medo a perderte, perderte después”

O segredo do beijo maravilhoso não está na técnica, na boca, nos lábios ou na língua. É a cabeça quem potencializa o beijo. Imaginar que talvez aquele beijo seja o último, quiça nunca mais se repita, faz com que se aproveite ao máximo aquele encontro de bocas e seja sustentado com todo ardor. As bocas se prendem de tal forma, que não há como se desvencilhar, tampouco esquecer.