Certa vez estava fazendo uma palestra e, com o canto do olho, percebi uma movimentação estranha na platéia do auditório. Não consegui prestar muita atenção porque estava focado na minha fala, mas deu pra ver que era restrito a um pequeno grupo de pessoas, especialmente uma criatura que não parava de se movimentar.
Quase interrompi meu
discurso para solicitar que a pessoa ficasse quieta, mas por sorte, ou por uma
apreciação mais demorada, constatei que se tratava de um grupo de surdos que
estavam acompanhando minha palestra através de um tradutor, que utilizava gestos e sinais para se comunicar na Linguagem
Brasileira de Sinais (Libras). Por pouco não cometi uma desfeita com aquela
comunidade que ali estava por um admirável projeto de inclusão social.