terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Correria sem sentido

A palavra que mais se escuta neste final de ano é “correria”. Para onde e porque as pessoas estão correndo? Se não souberem onde querem ir, não chegarão a lugar algum. Qual o sentido desta correria? Qual o sentido da vida? Depende.
Vamos aprofundar um pouco mais a questão?
Depende do significado da palavra sentido. Se for para designar a direção e orientação de um movimento, como nas expressões “sentido único”, “sentido obrigatório”, minha resposta é que o sentido da vida deve ser para frente. Não precisa de mapa, nem GPS. Siga vivendo, ultrapasse as barreiras, contorne as curvas e então comece a subir.
Se for para designar as trocas de informações com o meio ambiente através dos órgãos dos sentidos, diria que o sentido da vida se conjuga no verbo sentir, e não no verbo ter. Toque, cheire, prove, deguste, escute, veja e então comece a subir.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Sem dúvida alguma

O programa era sobre "Ética nos relacionamentos - fidelidade".
Telespectadores enviaram tantas  perguntas, que a duração de uma hora não conseguiu responder todas as questões.
Engraçado, pois este assunto não deveria gerar dúvida alguma.
Se quiserem assistir, a gravação está no link abaixo. A qualidade da reprodução via internet não é das melhores, mas quebra o galho.
http://www.livestream.com/olhartvonline/video?clipId=pla_e1992c04-363e-47bf-b57f-1210181e214b

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Por que o lançamento do livro aconteceu em uma boate?

A boate Wynn recebeu na noite desta terça-feira cerca de 200 pessoas que prestigiaram o lançamento do romance filosófico O Velho Bah, quarto livro lançado pelo filósofo clínico Beto Colombo. A obra de pouco mais de 100 páginas, inspirada em episódios marcantes ou curiosos da vida do autor, tem como característica conduzir o leitor para dentro de suas próprias convicções e analisá-las com outro olhar a partir dos ensinamentos de um velho andarilho, de pensamentos de personagens importantes da Filosofia e da experiência pessoal e intelectual do próprio Beto Colombo.
Mas porque, afinal, o lançamento de O Velho Bah se deu em uma boate. O leitor que viajar junto nessa estória vai perceber que em determinado momento um ambiente ou estabelecimento como a Wynn se apresenta nas páginas do livro.
Encarregado de fazer a apresentação de O Velho Bah nas primeiras páginas, o médico e especialista em filosofia clínica Ildo Meyer fez um divertido trocadilho do livro com sua origem gaúcha.
“Sou de Porto Alegre, onde o famoso Mas Bá, tchê é usado para definição das coisas legais. E assim é esse livro do Bah. Diz um ditado que não se confia no homem de um livro só, pois o Beto Colombo agora já tem quatro livros”, contou Meyer.
Em um discurso rápido, Beto Colombo falou  sobre  algumas partes do livro, destacou a participação de pessoas decisivas na elaboração, produção e divulgação da obra, e fez uma pequena homenagem a um grupo específico de ouvintes de suas crônicas na Rádio Som Maior,algumas mulheres, como ele mesmo diz, que o incentivaram a lançar essa obra literária.

sábado, 23 de novembro de 2013

Mais que leitura, reflexões

“Qual a diferença entre o cientista e aquele que tem fé?”. Essa é uma das questões impostas ao personagem central deste romance, mas pode ser também uma questão a ser refletida por você, caro leitor.

Quero antes de tudo agradecer ao amigo Beto Colombo: obrigado duas vezes. Não apenas pelo convite para escrever essa apresentação, mas pelo livro em si. Chegou em boa hora! Fez-me pensar,  e já causou alguns estragos construtivos.

O ponto de partida da estória (ou seria história?), é a aparição de um pássaro na cama do personagem narrado na primeira pessoa pelo próprio autor e que acabou envolvendo toda a sua família. Mas não se tratava de qualquer pássaro, era um urubu.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

"Quem vive para combater um inimigo, têm interesse em deixá-lo vivo" - Nietzsche



Quando estive na Universidade Hebraica de Jerusalém, durante uma das aulas, o professor de filosofia fez o seguinte comentário: “Nós, aqui no Oriente Médio, vivemos em estado de guerra constante. Cada vez que saímos à rua, existe o perigo de uma bomba, um atentado, um míssel caindo do céu, entretanto, quando chegamos em casa, temos paz. Nosso lar é nosso refúgio. Vocês do Ocidente, vivem em aparente paz na rua, no trabalho, nas escolas, no shopping, mas quando chegam em casa, maridos, esposas e filhos entram em conflito.  O lar é  vosso campo de batalha".

Saí da aula um pouco atordoado com a provocação. Racionalizei comigo mesmo, argumentando que vivíamos em culturas completamente distintas e não cabiam julgamentos do tipo bom ou ruim, certo ou errado. Além disto, o professor não sabia que vivíamos no Brasil e que aqui também não é nenhum paraíso. O simples fato de andarmos na rua também nos coloca em risco, seja pela violência dos assaltos, como do trânsito. Assim sendo, nossa “guerra civil” também poderia funcionar como um elemento de união.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Qual máscara você prefere?


 Sempre que ando de avião e ouço aquela voz melosa dizendo "no caso de despressurização, máscaras cairão sobre sua cabeça”, penso que o impacto seria maior se o aviso alertasse exatamente o contrário: “em caso de despressurização, a máscara que você está usando, cairá”. Todos nós já utilizamos alguma espécie de máscara e talvez, ao escutar esta frase, nossa atenção se detivesse um pouco mais sobre o assunto. Já imaginou você, seu vizinho, seu patrão, o prefeito, a dona da loja, todos de cara limpa? Impossível. 
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A palavra personalidade deriva de persona, do etrusco, pessoa, porém, era utilizada para designar as máscaras que os atores utilizavam para representar seus personagens no teatro. Desde o primeiro instante em que o homem passou a conviver em sociedade, precisou aprender a, eventualmente, abrir mão de sua “personalidade” para representar outros papéis, não significando que se transforme em várias pessoas, mas simplesmente formas de se mostrar ao mundo. 
      

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Você sabe o que eu sinto?

Por mais que o conhecimento médico tenha evoluído e se apossado de  recursos tecnológicos cada vez mais precisos, ainda assim, muito se faz necessário para que possamos conhecer como funciona o corpo humano. Quantos milímetros de pele, músculos, tecidos e ossos ainda precisarão ser pesquisados para que possamos dizer com segurança que dominamos integralmente a fisiologia e patologia do organismo humano?

Se o entendimento da parte corpórea já apresenta tamanha dificuldade, imagine o lado emocional? Será que algum dia teremos informação suficiente para decifrar os códigos do mais intrínseco enigma da raça humana?

Muito se tem estudado, mas ainda estamos engatinhando. A maioria das pesquisas direciona-se no sentido das tendências. Podemos imaginar, perante uma criteriosa análise do comportamento passado o que poderá se desenhar no futuro, mas nunca saberemos com exatidão o que passa na cabeça do outro.

sábado, 17 de agosto de 2013

Não pergunte que eu respondo

Nascemos. 

E a partir deste momento mágico, inicia nosso treinamento para questionar e responder.
Pais e avós orgulham-se da inteligência de seus bebês quando estes, questionados, apontam rapidamente, sem hesitação, o narizinho e a orelhinha. Mais tarde vem a escola ensinando respostas mais difíceis: “Qual a capital da França?”, “Por que a lei da gravidade faz a maçã cair?”. E, mesmo quando adultos, nosso conhecimento continua sendo testado em provas para faculdades e concursos. 
 Assim, lenta e gradativamente, somos induzidos a acreditar que a vida acontece e se explica através de perguntas e que sempre existirá uma resposta correta.  Dependendo de nosso desempenho, receberemos um conceito e seremos aprovados ou não.

Mas a vida é bem mais que isso. Algumas perguntas terão resposta.  Outras vão produzir mais de uma resposta, e todas estarão corretas. E talvez algumas perguntas sejam irrespondiveis. É preciso saber conviver com esta complexidade. E é justamente aí que algumas pessoas se complicam

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Formado em Medicina ou Médico?



Logo depois de minha formatura em medicina, não gostava de atender urgências. O motivo era um só: interrompiam e atrapalhavam meus raros momentos de lazer. Cada vez que era chamado para uma urgência, abnegadamente deixava para trás aquilo que estava desfrutando (filme, parque, praia, festa, namoro, família, estudo, descanso) para cumprir com o famoso juramento de Hipócrates.

Sempre soube que ser médico exigiria certa dose de renúncia na vida pessoal, mas isto não era motivo suficiente para aplacar meu descontentamento quando convocado para urgências. Por isso, tentava driblar a insatisfação através de algumas compensações materiais.

Quando meu filho era pequeno, e, contra a vontade de ambos, nossa brincadeira era interrompida por algum telefonema, dizia a ele que papai precisava sair para trabalhar, pois alguém havia ficado doente e necessitava minha ajuda. Com isso ganharia algum dinheiro e  lhe daria  uma parte para que comprasse balas, sorvetes, figurinhas...

terça-feira, 9 de julho de 2013

Por onde você chora?

               Por onde você chora? Através das lágrimas que escorrem de seus olhos? Não necessariamente. Vou tentar lhe mostrar outros prantos.

               Um primeiro paradigma a ser quebrado é o do corpo Aristotélico, composto de cabeça, tronco e membros, músculos, ossos e vísceras. Esta é uma idéia de corpo em sua natureza física, orgânica e material. Um corpo vivo, porém inanimado. Uma cisão entre corpo e alma, entre objetividade e subjetividade.

               Durante muitos séculos, a busca de exames e doenças ficou restrita ao corpo físico. A partir dos sintomas apresentados, o paciente se enquadrava nos padrões de normalidade da época ou era considerado doente. A medicina decompunha as pessoas em partes ou sistemas e os examinava objetivamente. O fígado estava doente, o cigarro fazia mal ao pulmão...Este modelo cartesiano demonstrou-se ineficaz.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Namorados para sempre

Conheceram-se pela internet. Moravam em países diferentes, tinham vinte anos de diferença de idade, falavam, torciam, votavam e rezavam para Deuses distintos. E mesmo com tudo diferente, os dois se falavam todo dia e a vontade de ficar juntos crescia, como tinha de ser. Estavam apaixonados e juravam que opostos se atraem e se completam. Quem disse que existe razão nas coisas feitas pelo coração? Apostaram nisto e decidiram casar. Familia, amigos e preconceitos jogavam contra, previam um choque cultural seguido de desilusão com a convivência conjugal.

Recomendaram um curso preparatório de noivos, O casal estava tão entusiasmado, que qualquer motivo para ficarem juntos era bem aceito. Logo na primeira aula, o rabino, um senhor de meia idade,  com uma longa barba ruiva e sotaque meio russo, meio francês, comunica  ao jovem casal, em tom solene e ao mesmo tempo suave,  que se quiserem mesmo casar, terão de fazer uma escolha: “ Felizes” ou “Para sempre”. Uma opção ou outra, as duas juntas não combinavam. Aquele final tradicional dos livros românticos, casaram e foram felizes para sempre, só existia no papel. Na vida real essa possibilidade era muito remota. Deveriam, naquele momento, se conscientizar e escolher entre um relacionamento estável que lhes trouxesse paz ou uma vida de romance que acelerasse seus corações. 

Foram pegos de surpresa. Estavam cheios de expectativas felizes para a nova vida que se anunciava e agora, de onde menos esperavam, recebem um balde de água fria. Queriam e sonhavam ser felizes e sequer cogitavam uma separação.  O rabino percebendo o mal estar, ofereceu uma xícara de chá com limão e continuou sua prédica.  Casamento é como tocar  violino em cima de um telhado, é preciso ficar tentando arranhar uma simples e bela melodia, enquanto se cuida para não cair e quebrar o pescoço. 

domingo, 2 de junho de 2013

Ciúme do Cão

Participo de um grupo de literatura onde uma vez por mês escolhemos um tema e cada um escreve o que bem entender sobre o assunto. Pode ser crônica, poesia, conto, ensaio, relato pessoal, vale tudo. Assim como as pessoas são diferentes, também as maneiras de ver, sentir, encarar, escrever e lidar com a vida  variam.  Desta forma, no final do mes, ficamos ansiosos aguardando pra ler o que os outros postaram sobre assuntos como ciúme, riscos, amor, fim, destino. Sempre nos surpreendemos com idéias novas sobre o mesmo tema, Talvez um dia esta brincadeira se transforme em livro.
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O assunto do mês de abril era ciúme. Queria fugir do lugar comum (ciúme entre homem e mulher) e decidi escrever sobre ciúme de pai com o filho. O artigo foi publicado no site na data de 25/04/2013. A titulo de curiosidade, achei interessante postar agora uma daquelas visões completamente inusitadas do assunto. É uma homenagem a todos aqueles que gostam e criam gatos. Desculpem os cachorreiros, mas é apenas uma crônica bem humorada sobre ciúme. Espero que os outros colegas do grupo não fiquem com ciúme da Claudia Marques, autora do texto.
CIÚME DO CÃO
Você acredita que precisa cercar seu amado por todos os lados para evitar a possibilidade de uma traição?
Imagina que deve ser o único interesse do seu amado, e que todo o tempo livre que ele tenha (leia-se não estar trabalhando) deve passar com você? Você tem um ciúme do cão?

Uhmmmmmm, situação grave, mas possível de ser solucionada. Aprenda a conviver com um gato. Isso mesmo, um felino, um bichano.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Médicos cubanos ou extraterrestres?

Como médico e escritor não posso negar, o assunto que está em discussão na mídia e nas ruas me agradou. O argumento é fabuloso. 6000 médicos importados para trabalhar no Brasil. Seis mil! Ótima inspiração para um livro da categoria realismo mágico: fatos insólitos, fantásticos, inseridos em um contexto realista, cotidiano, comum.

Comecei a dar asas à imaginação. De onde viriam estes médicos? Qual lugar do planeta poderia se dar ao luxo de dispensar seis mil profissionais sem alterar o equilíbrio de seu próprio sistema de saúde? Talvez um país super desenvolvido, ou um planeta extraterrestre, preocupado com o bem estar mundial, apoiado  por Organizações Não Governamentais, com a intenção de formar médicos sem fronteiras, dispostos a viajar para lugares miseráveis e cuidar das vidas que por ventura ainda lá existam.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Destino

                                                
Podem acreditar, o destino vai  mandar algumas cartas inesperadas. Boas e ruins. Não há como prever. Está além de nossas capacidades. Como lidar quando estas circunstâncias surgirem? Boas noticias não constituem problema e podem ser aproveitadas e curtidas na sua devida hora. Resta saber o que fazer com as más novas? A imprevisibilidade inerente não permite nenhum conselho, entretanto, podemos trabalhar nossos pensamentos para não ficarmos sem chão quando a hora ruim chegar. 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

ciúme

Sempre achei que ciúme era um sentimento baixo e jamais me atingiria. Confiava na altura do meu “taco” e na mulher que estava a meu lado. Até o dia em que tudo mudou. Fui  atacado por um sentimento de perda, uma ameaça de abandono, um medo de não mais ser amado. Algo não andava bem.

Seria ciúme ou quem sabe algum outro sentimento parecido? Talvez inveja, ansiedade, depressão...O nome do que sentia nem era tão importante, mas como desprezava tanto o ciúme e tinha vergonha de estar sendo contaminado por este monstrinho de olhos verdes, procurei ajuda.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Desculpa Letícia

Estava noivo, casamento marcado para o mês seguinte, quando fui abordado por uma namorada da adolescência, pedindo que abandonasse todos os planos e voltasse para ela. Parece até enredo de novela mexicana, mas a vida nos reserva surpresas que superam a ficção.

Sabe aquela fase em que você está apaixonado, só tem olhos para sua amada, decoram juntos o apartamento onde vão morar, planejam detalhes da festa de casamento, entregam convites e sonham acordados com a lua de mel? Neste clima surge a Letícia jogando areia, propondo terminar meu casamento e re-iniciar um romance antigo.

Havíamos namorado durante quase cinco anos. Foi um namoro ótimo, até o dia em que o pai dela foi transferido para outro estado e a família o acompanhou. Trocamos cartas com juras de amor durante um tempo, mas a distância foi nos afastando até que perdemos totalmente o contato. Quase dez anos sem noticias, para agora receber este furo de reportagem dizendo que sou o amor de sua vida e que está disposta a largar tudo por mim.

sábado, 30 de março de 2013

Cabelo é coisa de mulher

Quando o homem passa a viver ao lado de uma mulher, seu cabelo passa a ser dela.

Vai dar palpites sobre o comprimento, tipo de corte, xampu, condicionador, freqüência de lavagens e até mesmo indicar o salão. Palpites são, na verdade, ordens. 

O homem, por mais atento que seja, dificilmente percebe quando a mulher muda o penteado ou corta as pontas. Não tem autoridade.

Talvez contando minha história, possa alertar outros homens a consultar uma mulher antes de mexer em seus pelos. Foi em Atlântida, num verão dos anos 80, quando era moda “parafinar” as cabeças. Os jovens ficavam com os cabelos descoloridos e amarelados, como se houvessem sido queimados de tanto sol. Quis entrar nesta onda. O farmacêutico, muito solícito, explicou que aplicando água oxigenada nos cabelos, ou mais precisamente, um produto chamado Blondor, e depois se expondo ao sol, alcançaria a malandragem.

Don't mess with your hair

  
Once a man is living with a woman his hair belongs to her.

She will give her opinion about length, haircut, shampoo, conditioner, how often you have to wash and even the hair stylist. Not really opinions, orders.

A man, even the most attentive one, hardly realizes when a woman changes her hairstyle or has a haircut. It´s not his cup of tea.

Maybe telling my story I can warn other men to ask a woman before doing anything with their own hair. This happened in Atlantida, during a summer in the 80’s, when it was fashionable to have blond hair, like surfers had. Teenagers and young adults used to lighten their hair as if it were sunkissed. I wanted to join this trend. A pharmacist gently explained I could have this effect applying hydrogen peroxide on the hair, or even better a product called Blondor, and taking some sun.

terça-feira, 12 de março de 2013

Qual teu trauma?

- Tenho trauma de galinha!
 
- Como assim? Que coisa mais estranha, explica melhor. Trauma de galinha com pena ou trauma de mulher galinha?
 
- Não, meu trauma  é do  bicho galinha, aquele animal que faz cocóricocó. Espera um pouco, tenho trauma de mulher galinha também, mas este não me incomoda tanto.
 
- Entendi, mas como é que uma galinha te deixou traumatizado?
 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Em caso de paixão, use o cérebro!



Bom dia
A pauta de nossa reunião hoje é curta, mas de importância vital para nossa integridade. A situação está piorando, os resultados péssimos e as queixas se acumulando. Se continuarmos assim, seremos ultrapassados pela concorrência e logo decretaremos falência. Chamei vocês dois aqui, Coração e Cérebro, em regime de urgência, para comunicar  uma pequena alteração em suas atribuições.
Coração, teu desempenho das funções orgânicas tem sido excelente ao longo de todos estes anos, mas no que tange as questões ditas “do coração”, está deixando a desejar. Continua a se comportar como um adolescente. Será que todos os treinamentos e reciclagens pelas quais temos investido não surtiram efeito?
Em primeiro lugar, comete erros de seleção dignos de um estagiário. Mais ainda, repete com freqüência o mesmo padrão. Esqueceu as lições que o cérebro te ensinou sobre sinais de que o outro está desinteressado? Mesmo depois de todas nossas conversas ainda é ingênuo, mole e inocente demais. Demora muito para escolher alguém, mas quando isso acontece, é totalmente passional. Cria lógicas malucas, nunca pede parecer algum para o cérebro e decide tudo sozinho. Doa-te por inteiro, não cobra nada, acredita que todos são sinceros e ama com todas as forças.


Falling in Love? Call the brain!



Good morning
Our meeting this morning will be short but of crucial importance to our integrity. The situation is getting worse, results are terrible and complaints pilling up. If we insist on going this way we’ll be outdone by competitors and file for bankruptcy. I called both of you here, Heart and Brain, urgently, to announce some slight changes in your attributions.
Heart, your performance of organic functions has been excellent for all years, but considering the so called “matters of the heart” you are coming up short. You still behave like a teenager. Haven’t all those training and retraining programs had any effect?
First, you make selection mistakes worthy of an intern. Besides that you frequently repeat the same pattern. Have you forgotten the lessons about the signals the other is not interested? Even after all our talks you are still naive, too innocent and a fool. You take a lot of time to choose someone but when it happens it is totally passionate. You create a crazy logic, never ask the brain any advice and decide everything by yourself. You give all of you, do not deman anything, believe everyone is sincere and love with all your strength.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O "Sim" que vale por um "Não"


Vou iniciar contando uma piada antiga, a diferença entre o político e a mocinha. Quando o político diz “sim”, significa “talvez”. Quando fala “talvez”, quer dizer “não”, e quando diz “não”, deixa de ser político.  Por outro lado, quando a mocinha diz “não”, tem o significado de “talvez”. Quando fala “talvez”, quer dizer “sim”, e quando diz “sim”, deixa de ser mocinha.

Sem entrar no mérito da piada, a intenção foi apenas ilustrar quantas vezes dizemos “sim”, quando na verdade gostaríamos de falar “não” e vice versa. Será que é mais fácil dizer um “sim” que um “não”? Dizer “sim” não demanda muitas explicações, mas dizer “não” quase sempre exige uma justificativa. Em tese, se você concordar e aceitar terá maiores chances de agradar e ser bem quisto pelos outros.

Por isto, algumas pessoas dizem “sim”, mas terminam agindo como um “não”. Você não queria ir à praia, mas não conseguiu recusar o convite. Vai mas fica emburrado o tempo todo, sequer pisa na areia. “Sim” verbalizado e “não” na atitude. O contrário também é verdadeiro. Você diz que não vai  comprar mais nada até o final do ano, na outra semana chega em casa com uma linda bolsa  adquirida por uma bagatela na liquidação. “Não” prometido e conduta de “sim”. Pode estar havendo uma espécie de conflito entre consciente e inconsciente que se manifesta por um engano entre o verbal e o comportamental.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Santos e Pecadores


“Todo homem vale mais que seu erro”. Li esta frase e pensei em escrever sobre os errantes, mas não com aquele olhar que enaltece o homem que erra na tentativa de descobrir algo ou acertar. Também não pretendo analisar crimes ou outros atos bestiais.

Quero falar do outro lado do erro, daquelas pessoas que sem qualificação nem designação para a função, colocam-se no lugar de juízes, criticam e decidem o que é moralmente correto ou incorreto. Levam em conta suas verdades, aquilo que aprenderam ou lhes é conveniente no momento para condenar o suposto erro do outro. Acham-se donos da verdade, santos, castos, honestos, mas nem sempre fazem aquilo que pregam, tampouco reconhecem os próprios erros.

Imaginem uma mulher que no início do século XX, teve a ousadia de se divorciar, realizando aquilo que muitas secretamente desejavam. Algumas mais destemidas chegavam até mesmo a planejar a própria morte ou a dos maridos como solução de seus casamentos infelizes. Por que motivo esta divorciada era segregada da sociedade como se tivesse uma doença contagiosa? Qual o seu crime? Quem julgava e condenava esta mulher? Arrisco dizer que os carrascos eram seus vizinhos, parentes e amigos.

Saints and Sinners

“Every man is worth more than his mistakes”. I read this quote and thought on writing about the ones who make mistakes, but not with that eye which praises the attempt of discovering or doing it right. I also do not intend to analyze crimes or other terrible deeds.

I want to talk about the other side of mistakes, about those people with no qualification or designation for the function, who put themselves  in the place of judges, criticize and decide what is morally correct or not. They take into consideration their own truths, what they have learned or convenience at the moment to condemn the alleged error on the other. They find themselves owners of the truth, saints, pure, honest, but they do not always do what they say nor recognize their own mistakes.

Imagine a woman who, in the beginning of the XX Century, dared to get divorced, doing what many others secretly wished for. Some fearless women had even secretly planned their deaths, or even the death of their husbands, as a solution to their unhappy marriages. Why was this divorced woman segregated form society as if she had any contagious disease? What was her crime? Who judged and condemned this woman? I dare to say her executioners were her neighbors, relatives and friends.