quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Começo, meio e fim

Quando entrei na escola pensava que escrever era fácil. Tudo o que precisava era começar o texto com letra maiúscula e terminar com um ponto final. No meio colocava as idéias. Mais tarde aprendi que para tirar uma boa nota em redação, esta precisava ter começo, meio e fim. Não sei como, mas este conceito de que as coisas precisam ter um inicio e um encerramento bem definidos têm acompanhado e confundido a vida de muita gente. 

Aos 14 anos de idade fui oficialmente pedida em namoro por um menino. Era uma noite de verão e depois do jantar, enquanto jogava conversa fora com os amigos, o Dudu me chamou num canto e fez o pedido de namoro. Quando voltei pra casa, na hora de dormir, já havia trocado de "status". Ainda não existia o Facebook para que pudesse postar e anunciar para o mundo, mas de um momento pra outro, minha vida mudara, como se estivesse publicamente tomando posse de um cargo e iniciando naquele dia e naquela hora a nova relação. Uma separação muito clara entre o antes e o depois do pedido.”

Enamorar-se de uma pessoa é um processo que vai acontecendo aos poucos.  Com o tempo e o convívio, vão surgindo a intimidade, a admiração e o casal, dia após dia, vai se reconhecendo como amigos, confidentes, amantes, cúmplices. Roupas e discos começam a se misturar, precisam urgentemente contar uma coisa para o outro, já não querem mais dormir separados. Tornar-se namorado ou namorada também deveria ser assim, sem um marco inicial, um pedido formal, um ritual divisor de águas. Espontaneamente descobrir-se envolvido, a ponto de sentir que as duas vidas estão andando juntas e que a parceria está formada.

Beginning, middle and end

                                                     

When I started school I used to think writing was easy. All you had to do was start the essay with capital letter and finish with a full stop, adding the ideas in the middle. Later I learned for getting good grades on my essays they had to have a beginning, middle and an end. I do not know how, but this concept that things need to have a beginning and a well defined ending have followed the lives of many people.


“When I was 14 a boy asked me to go steady. It was a summer night and after dinner, while I was shooting the breeze with some friends, Dudu called me to the side and asked me. Later, when I went back home, at sleeping time, I had changed my “status”. There was no Facebook to post and announce the world, but from a moment to the other my life had changed, as if I had officially taken office and started, in that day and time, a new relationship. There was a clear change between before and after the proposal.


Falling in love with someone is a slow process. Intimacy and admiration grow with time and day after day the couple starts seeing each other as friends, lovers, accomplices. Clothing  and CDs begin to mix up. The couple has an urge to tell things to each other urgently and do not want to sleep alone anymore. Becoming a boyfriend or girlfriend should also be like this, with no milestones, formal proposals or watershed rituals. To find yourself so involved to the point you both feel your lives are intertwined and a loving partnership was made.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Balanço e Interpretação

                               

Não sei se todos sabem, mas a internet é uma ferramenta que além de passar informações para quem está navegando, também fornece dados para quem posta as matérias. Posso saber quantos leitores frequentaram meu site, quais páginas visitaram, artigos mais lidos, mecanismo de acesso ao site, país de origem da busca, horários de maior visita...A privacidade é respeitada, não sei através de qual computador estão acontecendo as buscas, nem as identidades dos visitantes.

Final de ano, tempo para refletir, avaliar resultados, fui olhar as estatísticas.  Algumas descobertas foram interessantes, outras um mistério. Por exemplo, o artigo imensamente mais lido chama-se “Fruir ou Fluir, você decide”. Muito mais que qualquer outro. Não sei a explicação para este fenômeno. Na maioria das vezes, um artigo é lido porque seu titulo chama a atenção e atrai o leitor: “O melhor beijo do mundo” ou “Como encontrar o verdadeiro amor” ou “Alma gêmea”.  Não é o caso do “Fruir”.  Talvez alguns leitores tenham gostado tanto que o utilizem como mantra e releiam com freqüência...

De qualquer forma, os cinco mais visitados são: 1) Fruir ou Fluir, você decide 2) A carta de amor não escrita 3) A verdadeira nudez  4) Como acabar com a concorrência  5) Como calcular a sua idade – segunda edição.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Sintomas

Depois de escrever “Sinais”, fui desafiado a continuar no assunto e falar agora sobre os “Sintomas” do amor. Ainda não sou especialista no assunto, mas posso dizer que me dedico, e como sou movido a desafios, vou tentar.

Pensei inicialmente em fazer uma divisão didática, semelhante ao que se faz com as patologias em medicina: sintomas leves, medianos e graves de amor. Não deu certo. Amor não é uma doença; paixão talvez seja uma espécie de confusão delirante com exaltação maníaca e por isto acumule tantos sintomas.  Quando se trata de amor, este tipo de classificação não funciona. Não dá prá amar um pouquinho ou só de leve ou querer achar um rótulo para classificar.  É um amor pobre aquele que se pode medir- Shakespeare. Ou se ama ou não se ama. Lembram do recado do amor? “Não aceitem menos que isto.”