Durante a cerimônia de casamento do filho de um amigo, tive uma visão. Não têm nada a ver com religiosidade. Enxerguei o amor. Mais do que isto, ele falou comigo. Chorei o tempo todo e quando lembro da cena, ainda choro. Contei o fato para alguns amigos que pensaram em me internar, mas como dizem que em todo amor sempre há um pouco de loucura, estou aqui para contar o fato.
O amor não se mostrou nas palavras do padre, no altar, nas alianças. O amor estava nos olhares, nos toques, no aconchego, na cumplicidade daqueles jovens noivos. Ela tremia, olhava para ele, que interrompia o protocolo para segurar sua mão com delicadeza e beijá-la. Ele falava com voz embargada, inundado pelas lágrimas que ela vertia e manchavam a maquiagem. Parecia que a cada momento, um saía de dentro de si para entrar no outro. Quando ela verbalizou seu amor, olhando por dentro da retina dele, não precisaria ter falado, o amor estava ali estampado, ao vivo, a cores e com toda sua força.
O casamento aconteceu à beira mar e a energia daquele lugar, somada ao som das ondas serviram de cenário para minha conversa com o amor. Acreditem ou não, tenho bem claras as palavras que escutei: “Não aceite menos que isto, é assim, desta forma, que funciona o amor. Guarde estes olhares dos noivos em sua memória, qualquer coisa diferente disto, não é amor.”