segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Foi bom enquanto durou


Começamos tão bem. Encontramo-nos no réveillon e não nos separamos mais. Dormíamos e acordávamos juntos todos os dias.  Estávamos cheios de expectativas, promessas e planos para o futuro. Apostamos alto e nos dedicamos pra valer. Você me enchia de esperança e eu retribuía com gratidão. Sua capacidade de surpreender, ao mesmo tempo em que me assustava, encantava. Você não prometeu felicidade, nem amor, mas garantiu que ia ser muito bom. Lembro que naquela noite brindei dizendo que amor perfeito era nome de flor, e que amores bonitos e perfeitos eram aqueles que nunca foram usados. Esperava tão somente uma relação que não decepcionasse minha alma.

Por mais que tenha me esforçado, por mais que tenha calculado acertos, riscos e equívocos, não foi o bastante. Não vamos seguir juntos. O destino prega peças e, quase sempre, sem avisar. Desta vez ele avisou, nós é que o ignoramos. Diz o folclore iídiche que o homem planeja e Deus, lá em cima, ri.

A gente fez de conta que não escutava, acreditamos que desta vez seria diferente, acabamos fazendo do nosso jeito e deu no que deu.  Perdemos a batalha. Não tem problema, perdoei meus erros e os seus também. A cada ano que se inicia corremos em direção ao primeiro sinal de algo que nos rejuvenesça, distancie da morte, empreste significado ao ato natural de estar vivo ou produza alguma centelha de amor. Você era tão jovem, me joguei de corpo e alma.