Depois do lançamento do livro,
voltei para meu quarto, mas estava sem sono. Peguei um bom tinto que estava na
geladeira, sentei na cadeira de balanço, abri a garrafa, enchi meia taça e
enquanto o vinho respirava, fiquei olhando a lua através da lente formada pelo
vidro contendo o liquido de cor escura.
Era noite de lua cheia, passava
da meia noite, o silêncio indicava que a cidade estava dormindo e o único som
que escutava, era uma coletânea de fados que havia ganho de um amigo e tocava
suavemente no computador.
A lua se escondia por trás do
vinho, mas conforme o balanço da taça, a fazia aparecer e desaparecer. Brinquei
assim por uns bons minutos enquanto pensava nas coisas que pareciam estar
anestesiadas em mim e começaram a despertar e também se fazer ver durante a
viagem.