Era uma vez, há muito tempo
atrás, um Ildo que frequentava um consultório de terapia analítica e tinha uma
técnica muito singular de se comportar. Colocava seu despertador para tocar
quinze minutos antes do final da sessão com o objetivo de orientar sua fala nos
próximos minutos.
Depois de algumas consultas, o terapeuta percebeu aquela rotina e, intrigado com aquele sobressalto contumaz, perguntou o que significava aquele barulho acionado em todas as sessões. Respondi que precisava saber quanto tempo faltava para o término da consulta, pois não gostaria de iniciar um assunto importante e delicado e abruptamente ser interrompido pelo despertador do terapeuta sugerindo que continuássemos a conversa na próxima semana. Preferia deixar o assunto pendente, mas não interrompido. Já acontecera em situações anteriores e aquilo havia me deixado muito chateado.