Era um churrasco entre
amigos, parceiros há mais de dez anos. Não havia estranhos, um jantar informal
de confraternização. Enquanto a carne assava, bebíamos, conversávamos,
contávamos piadas, recordávamos aventuras e desventuras vividas conjuntamente
ao longo da vida. Lá pelas tantas, fiz uma brincadeira inocente com a filha de
um amigo. Disse a ela que talvez ficasse solteira por toda a vida, pois ninguém
aguentaria um sogro como seu pai.
Na hora não percebi, mas
meu amigo ficou muito chateado. No outro dia, comentou com a esposa que eu
havia sido infeliz na brincadeira e não levaria adiante nossa amizade, pois era
inadmissível alguém zombar de sua filha e ridicularizá-lo.
Logo que soube,
apressei-me em fazer contato e pedir desculpas. Expliquei que talvez tivesse me
excedido um pouco no deboche, mas se o fiz, foi por considerá-lo um grande amigo
que não se importaria com o gracejo. Jamais imaginaria que aquilo poderia
aborrecê-lo tanto e perturbar nossa amizade.