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domingo, 13 de agosto de 2023

Encontro

 

O contrário de perder é encontrar. Quando alguém se perde no mato precisa encontrar a saída. Se perder a carteira, é bom fazer uma reza pra encontrar. Quando se está perdido em um pensamento, um problema, uma adversidade ou uma agrura qualquer, procura-se encontrar a solução para resolver a aflição. Quando você marca um encontro com alguém, esta procurando uma saída, um desenlace ou simplesmente pretende ficar frente a frente, se deparar e ver no que vai dar?

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay

Ontem era feriado, cidade semi deserta, ruas vazias.  Acordei cedo,  dia lindo, céu azul, temperatura amena, fui passear de bicicleta. Rodava tranquilo pela ciclovia quando inesperadamente, descendo de um barranco, avisto uma mendiga que me olhava firmemente.

Não pude deixar de perceber, éramos só nos dois naquele encontro de olhares. Não foi um simples cruzamento de olhares, aquilo foi um encontro mesmo. Seus trajes, desalinho, desasseio eram clássicos de uma bruxa tradicional, com uma exceção, não estava montada em uma vassoura, caminhava em minha direção e portava na mão uma vareta de madeira.

À medida que a bicicleta se aproximava, seus olhos me acompanhavam com um sorriso misterioso e encantador. Quando ficamos frente a frente, ela levantou sua “varinha de condão” e gritou muito alto uma expressão que a principio não entendi e me assustou: “Pah”! Naquele momento pensei tratar-se de alguma maluca brincando de fada, porém, na sequência ela emendou “Você vai ficar vinte anos mais jovem”.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Desencontros que aproximam


Que casal lindo, como se conheceram?

Na verdade ainda não nos conhecemos direito, estamos em processo de conhecimento um do outro. Pedimos até ajuda para um terapeuta. Vamos juntos lá uma vez por semana. Conversamos, contamos o que rola no dia a dia, dúvidas, desconfortos, expectativas, então ele tenta traduzir e simplificar o que não entendemos ou não sentimos adequadamente em relação a nós mesmos e ao outro. Estamos gostando da experiência de nos conhecermos com suporte profissional qualificado. É um aprendizado terceirizado.

Entendo, vou modificar a pergunta. Como se encontraram?

Trabalhamos no mesmo hospital. Sou médico anestesiologista, ela enfermeira. Por vezes somos escalados para atuar na mesma sala de cirurgia. Numa destas ocasiões, ao quebrar uma ampola de medicamento, cortei a mão. Sangrava muito. Ela prontamente veio em meu socorro com gazes, água oxigenada, álcool, ataduras. Segurou minha mão com firmeza, estancou a hemorragia e fez um belo curativo.

Perguntei a ela se quando a mão ficasse boa poderia segurar sua mão novamente com mais carinho e menos ansiedade para agradecer o atendimento. Ela respondeu com um sorriso e um piscar de olhos. Ali nos encontramos. Roubei um sorriso e ela me prendeu com uma atadura. Nossas mãos nunca mais se separaram.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Desencontro


Gilberto e eu éramos colegas de escola, depois ficamos amigos. Não amigos no sentido genérico da palavra, amigos de verdade, ou como se dizia na época, amigos por toda a vida. Convivíamos dia e noite. Durante os estudos para o vestibular, mensalmente cada um confeccionava uma prova simulada para o outro, o objetivo era ver quem tiraria as melhores notas.  Empatávamos, sempre nota dez para ambos. Eu queria Medicina e ele Engenharia.

O pai de Gilberto era militar e precisou mudar com a família para o Rio de Janeiro. A amizade não foi abalada. Continuamos elaborando provas de treinamento e enviando pelo correio. Não existia internet, celular, TV a cabo. Programas de televisão passavam primeiro no Rio de Janeiro e meses depois chegavam ao Rio Grande do Sul. Gilberto escrevia cartas contando como as novelas terminavam, e eu usava estas informações  de acordo com a conveniência.

Fomos aprovados muito bem no vestibular e seguimos nossas vidas, carreiras e correspondências. Gilberto fez concurso para um órgão governamental e rapidamente progrediu na função. Eventualmente precisava trabalhar em Porto Alegre e matávamos a saudade relembrando velhas histórias e atualizando novas aventuras. Recentemente nos encontramos, e ele contou que estava aposentado, pois havia se estressado demais no trabalho.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Alma gêmea, difícil de explicar, fácil de sentir

Sabe aquela situação onde você quebra o braço, precisa engessar e então começa a reparar um monte de gente com braços machucados como o seu? Ou quando quer comprar uma bolsa e de repente começam a desfilar na sua frente pessoas com marcas, cores e modelos diferentes? Parece que ficamos mais ligados e nossos sentidos começam a funcionar como um radar, detectando em qualquer lugar aquilo que estamos procurando.

Depois do episódio do cão que me acompanhou na corrida de rua e partiu por falta de despojamento meu em adotá-lo, passei a ficar mais atento.  Olho para os lados na esperança de encontrar novamente minha alma gêmea corredora. Talvez esta atenção  esteja exercendo algum poder de atração.

Depois de uma semana correndo e procurando sem sucesso o cão, uma adolescente começou a me seguir na rua, exatamente como ele fizera.  Feliz e sorridente como uma criança brincando, seus passos ao meu lado eram leves e soltos.  Percebendo que ela não teria fôlego para me acompanhar, diminui o ritmo e expliquei que tinha treinamento aeróbico e por isto minha velocidade era maior.  Não convencida com o argumento, a menina levantou a blusa e mostrou sua barriga dizendo que estava em forma e iria correr comigo.