terça-feira, 3 de julho de 2018

Quando todos julgam, ninguém é inocente

Troquei os nomes para não comprometer, mas a história é verídica.

Pedro (21) e Ana (18) conheceram-se no verão em Atlântida. Foi numa daquelas baladas que iniciam depois da meia noite e só terminam ao amanhecer. Ele se aproximou, ela não se afastou. Ele pegou sua mão, ela não retirou. Ele chegou mais perto, ela o beijou. Não se soltaram mais. Um só tinha olhos para o outro. Fizeram mil planos, realizaram quinhentos, refizeram duzentos, esqueceram os outros trezentos. Não importa, estavam felizes.

Um destes planos era uma viagem no mês de julho para Porto de Galinhas, Pernambuco. Queriam escapar do frio no inverno gaúcho. Economizaram, utilizaram pontos para comprar a passagem aérea, reservaram uma pousada perto do mar e partiram para uma lua de mel de quinze dias.

Foi a viagem dos sonhos, voltaram ainda mais apaixonados. Ficaram especialmente encantados com um passeio de jangada que percorria um mangue até chegar a um parque ecológico onde existe uma área de preservação de cavalos marinhos. Puderam observar e até mesmo tocar os pequenos animais.

Ficaram sabendo que cavalos marinhos só se relacionam sexualmente com um parceiro por toda a vida. Quando um dos dois morre, o outro se isola e fica solitário até morrer também. Além de escolherem um único parceiro, nessa espécie é o macho quem engravida, possuindo uma bolsa incubadora onde carrega os ovos depositados pela fêmea. Alguns estudos em cativeiro desmentem a fidelidade dos cavalos marinhos, mas isto também pouco importa.