Troquei os nomes para não
comprometer, mas a história é verídica.
Pedro (21) e Ana (18)
conheceram-se no verão em Atlântida. Foi numa daquelas baladas que iniciam
depois da meia noite e só terminam ao amanhecer. Ele se aproximou, ela não se
afastou. Ele pegou sua mão, ela não retirou. Ele chegou mais perto, ela o
beijou. Não se soltaram mais. Um só tinha olhos para o outro. Fizeram mil
planos, realizaram quinhentos, refizeram duzentos, esqueceram os outros
trezentos. Não importa, estavam felizes.
Um destes planos era uma viagem
no mês de julho para Porto de Galinhas, Pernambuco. Queriam escapar do frio no
inverno gaúcho. Economizaram, utilizaram pontos para comprar a passagem aérea,
reservaram uma pousada perto do mar e partiram para uma lua de mel de quinze
dias.
Foi a viagem dos sonhos, voltaram
ainda mais apaixonados. Ficaram especialmente encantados com um passeio de
jangada que percorria um mangue até chegar a um parque ecológico onde existe
uma área de preservação de cavalos marinhos. Puderam observar e até mesmo tocar
os pequenos animais.
Ficaram sabendo que cavalos
marinhos só se relacionam sexualmente com um parceiro por toda a vida. Quando
um dos dois morre, o outro se isola e fica solitário até morrer também. Além de
escolherem um único parceiro, nessa espécie é o macho quem engravida, possuindo
uma bolsa incubadora onde carrega os ovos depositados pela fêmea. Alguns
estudos em cativeiro desmentem a fidelidade dos cavalos marinhos, mas isto também
pouco importa.