terça-feira, 22 de junho de 2010

Na hipótese de ser eu a namorada do passado...

Gosto de escrever na primeira pessoa do singular como se estivesse narrando a crônica. Eventualmente surgem confusões pois o escritor é confundido com o personagem e a vida real se confunde com a ficção. Temos mostras de sobra de que a realidade supera em muito a ficção, mas isto agora não é o mais importante...
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Fictícios ou não, também não importa. Minha intenção ao colocar os artigos na web sempre caminha na direção do crescimento pessoal. Meu e dos leitores. As idéias é que são importantes, os fatos são circunstâncias. A veracidade ou não das histórias acaba sendo um privilégio, ou sacrilégio (como queiram) dos que partilham da minha intimidade.
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Dito isto, transcrevo a réplica que ansiava por receber depois da carta enviada no artigo anterior "Não entendeu, não sentiu e não aproveitou".
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Entendam, sintam e aproveitem...
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Discordo! O problema não é pensar demais. É agir de menos! Não achas que quando bate essa saudade enorme de mim, eu deveria ficar sabendo? Por que não ligas e me contas sobre isso? Eu seria feliz durante a semana inteira... E te digo mais: talvez até confessasse que também sinto saudades de ti! Não seria fantástico?
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Os perigos a serem enfrentados realmente existem. Mas, nada se assemelha às sabotagens que nós mesmos criamos. Aos medos internos incutidos e reverenciados com demasiado zelo durante tantos anos. O temor ao fracasso é tão exagerado, que nem ao menos nos damos a chance de tentar. E, assim, matamos todas as possibilidades... as que, eventualmente, dariam certo... e as outras também! Como poderemos nos considerar otimistas depois disso?
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Tens absoluta razão (e para se chegar nesse ponto foi necessário pensar!). Não somos mais adolescentes inconsequentes. Somos adultos que contradizemos nossos próprios instintos e vontades. Não agimos, não fazemos, não satisfazemos, não realizamos, não construimos nada juntos, nada que se refira a nós dois... nem desejos, nem fantasias, nem sonhos, nem castelos, nem livros, nem histórias de amor com final feliz!
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É verdade: apesar do tempo, distância, obstáculos, transtornos, dificuldades, discussões e dos "n" acontecimentos que nos afastaram, a afinidade que um dia nos uniu permanece viva (ainda que em estado latente!) após tantas décadas!
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Mas, pergunto eu a tua alma inquieta: que atitudes pretende tomar de agora em diante?
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Quais tuas expectativas em relação a ti mesmo? E em relação a mim?
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Ambos temos a absoluta certeza de que nada é fácil! Muito antes pelo contrário!
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Mas, a única coisa que eu espero... é que não pretendas que te leve o megafone!
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Beijos!
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Leia mais no site www.ildomeyer.com.br
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Um comentário:

  1. Espero que o par me permita um comentário: Acredito que no caso concreto o pensar demais possa estar ligado a uma provável grande queda experimentada, com quebraduras importantes suficientes para deixar aquelas sequelas naturais que fazem temer arriscar-se em um novo vôo livre ao universo do sentir, seja tentando, quer retentando.



    Sei não, ou a relação do passado foi idealizada demais, e só o foi porque foi rompida antes que se esgotasse o processo natural de 'desidealização'; ou paralisou nas idealizações adolescentes, literalmente da adolescência, e este último processo só ocorre com aqueles que tiveram poucas experiências afetivas. Acredito não ser esse o caso da dupla em questão.



    Viagem à parte, mais certo eu fazer a leitura de que a moça ali, que deve ser a razão da dupla, está dizendo ao moço-emoção, para que ele arrisque retentar, o que particularmente acho muito saudável, pois acredito que seja o único caminho para esgotar sentimentos, esvaziar dúvidas, pôr em xeque o que se pensa ter sentido um dia, pagando pra ver se aquele sentimento ainda estaria verdadeiramente vivo dentro de si, e gozando dos prazeres disso.



    Há dois riscos nisso, o bom e o ruim. O bom é que se pode ter a chance de ratificar a impressão do que se sentiu e sente por aquela pessoa, o ruim é descobrir que aquilo que sentíamos não era genuíno ou se esgotou, gerando certa frustração saber que despendemos tempo, energia e oportunidades em nome de um sentimento confundido - tempo despendido após o rompimento.



    Há um outro fator que talvez faça pensar demais, no caso de as hipóteses acima serem descartadas. É o da exacerbada idealização de um par. Esse é complicado, principalmente na madura idade (o que é diferente de maturidade né?), pois o tempo vai seguir passando de qualquer forma, arriscando ou ficando-se estagnados na companhia de nossas dúvidas.



    Noves fora, no fundo no fundo, quer saber? A estagnação e o medo só persistem porque há alguma ponta de esperança. Esperança na reconstrução, na retentativa. Enquanto houver esperança, para todo o mais estaremos apenas 'pensando'.

    Esperança é a chave. Diz a lenda.

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