Segundo a Cabala e outros textos místicos, a alma
de cada pessoa nasceu de uma alma única
primordial, só que antes de descer a este mundo, ela foi dividida em
duas metades: uma masculina e outra feminina. Essas metades, ao encarnarem,
entram em corpos diferentes.
Por que isso acontece? Faz parte de um plano divino
muito maior.
Cada metade precisa aprender a ser completa em si mesma antes de reencontrar a outra. Essa caminhada é feita de muitas vidas, encontros e desencontros, silêncios e saudades, dores, descobertas e inseguranças, tudo para que cada lado desenvolva força, paciência, compaixão, sabedoria, bondade, empatia, amor.
Então,
quando uma já não precisa da outra para existir, mas apenas para transbordar, é
que o reencontro acontece. É o
resultado de uma evolução conjunta. Mas
não é acaso, nem sorte, e nada pode impedir quando chega o tempo exato. Uma
alma olha para a outra e sem explicação racional, lembra: eu te conheço de
sempre.
É
como abrir a porta e perceber que todas as estradas, todas as lágrimas, todos
os tropeços existiram apenas para trazer de volta ao lugar certo.
Porque não se trata de paixão ou de duas pessoas
que se amam. Trata-se de uma alma única que, depois de uma longa jornada de
aprendizado, finalmente volta a se recompor, a sentir-se inteira, em casa.
Mas
esse encontro exige preparo e merecimento. É possível viver relacionamentos
bons, sinceros, até mesmo casamentos felizes, sem que ali esteja a alma gêmea.
E está tudo certo, isto também faz parte do caminho. O reencontro pode ser
adiado para uma próxima existência ou surgir, de forma inesperada, nesta mesma.
Porque
amar, no sentido cabalístico, é um chamado ancestral para reconhecer no outro a
metade perdida, a parte que faltava para ser inteiro outra vez.
Mas
se você não acredita em Deus, em almas gêmeas, no amor ou em qualquer força
invisível, tudo bem também. Acreditar ou
ter fé é uma escolha, não uma obrigação, mas saiba que às vezes a vida sabe
unir o que a lógica jamais explicaria.
Porque não é a explicação que importa, é o encontro.
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