sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Procura-se alma gêmea

 

Segundo a Cabala e outros textos místicos, a alma de cada pessoa nasceu de uma alma única primordial, só que antes de descer a este mundo, ela foi dividida em duas metades: uma masculina e outra feminina. Essas metades, ao encarnarem, entram em corpos diferentes. 

Por que isso acontece? Faz parte de um plano divino muito maior.

Cada metade precisa aprender a ser completa em si mesma antes de reencontrar a outra. Essa caminhada é feita de muitas vidas, encontros e desencontros, silêncios e saudades, dores, descobertas e inseguranças, tudo para que cada lado desenvolva força, paciência, compaixão, sabedoria, bondade, empatia, amor.

Então, quando uma já não precisa da outra para existir, mas apenas para transbordar, é que o reencontro acontece. É o resultado de uma evolução conjunta.  Mas não é acaso, nem sorte, e nada pode impedir quando chega o tempo exato. Uma alma olha para a outra e sem explicação racional, lembra: eu te conheço de sempre.

É como abrir a porta e perceber que todas as estradas, todas as lágrimas, todos os tropeços existiram apenas para trazer de volta ao lugar certo.

Porque não se trata de paixão ou de duas pessoas que se amam. Trata-se de uma alma única que, depois de uma longa jornada de aprendizado, finalmente volta a se recompor, a sentir-se inteira, em casa.

Mas esse encontro exige preparo e merecimento. É possível viver relacionamentos bons, sinceros, até mesmo casamentos felizes, sem que ali esteja a alma gêmea. E está tudo certo, isto também faz parte do caminho. O reencontro pode ser adiado para uma próxima existência ou surgir, de forma inesperada, nesta mesma.

Porque amar, no sentido cabalístico, é um chamado ancestral para reconhecer no outro a metade perdida, a parte que faltava para ser inteiro outra vez.

Mas se você não acredita em Deus, em almas gêmeas, no amor ou em qualquer força invisível, tudo bem também.  Acreditar ou ter fé é uma escolha, não uma obrigação, mas saiba que às vezes a vida sabe unir o que a lógica jamais explicaria.  Porque não é a explicação que importa, é o encontro.

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