quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Quer casar comigo? Depende...

 

— Quer casar comigo?

— Depende.

— Depende do que?

— Do que você chama de casamento e, principalmente, por que você quer casar.

A gente já se ama, dorme junto, conhece o riso e o silêncio um do outro como ninguém. Então, o que mais essa palavra “casamento” colocaria na mesa?

Uma aliança no dedo pra mostrar pro mundo? Vestido branco com véu arrastando no chão? Assinatura no cartório com caneta azul? Benção de um padre, rabino ou quem quer que seja? Festa com bolo de três andares e convidados que a gente mal conhece? Discursos e performances ensaiados? Foto oficial com sorrisos congelados?
Nada disso me faria suspirar e dizer sim.

Casar, pra mim, nunca foi sobre palco. Sempre foi sobre bastidor.   A gente já tem o que muita gente passa a vida inteira procurando: cuidado, respeito, parceria. Isso sim é muito raro. Então por que engessar o que já é tão vivo e pulsante?

Eu não quero molduras. Quero movimento.

Não quero festa de um dia. Quero a aventura de todos os dias.

Não quero uma promessa gravada em papel. Quero um pacto tatuado em gesto e escolha.

Não quero só dividir despesas, quero construir algo maior que a soma de nós dois.

Então, se a tua pergunta é sobre papéis, rituais e protocolos, minha resposta sincera é não.


Mas se o que você me pede é um mergulho de olhos abertos, sem rede de segurança, sem mapa e sem manual, então a resposta é sim.

Um sim que não cabe em altar, nem em foto, nem em bolo.
Um sim que é risco, vertigem e vôo.
Um sim que é todos os dias.

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