Pense numa traição. Não qualquer uma, mas aquela. A que deixou
cicatriz, A que veio de quem estava perto, dividia a mesa, os sonhos
e até o silêncio. De quem você menos esperava. Porque, sejamos
francos, inimigos não traem, apenas confirmam o que já
esperávamos deles. Quem nos apunhala pelas costas geralmente é
uma mão conhecida.
Você seria capaz de realmente perdoar? Não falo do perdão
superficial, automático e banal que se usa como etiqueta social para
encerrar uma discussão e salvar as aparências. Estou falando do
perdão profundo, quase sobre-humano, que exige rasgar o próprio
orgulho e encarar de frente o traidor e a ferida aberta.