Os homens não conseguiriam
viver muito tempo em sociedade se não se deixassem enganar uns pelos outros.
Uma dessas armadilhas é a contagem do tempo, uma convenção que não se adapta a
todos.
A sociedade criou o controle
do tempo objetivo, medido em relógios e calendários, aspirando organizar
agendas e encontros. Utilizamos relógios no pulso, nos celulares, nos luminosos
das ruas. Somos avisados por alarmes para não atrasarmos ou esquecermos
determinados compromissos. Viramos dependentes do relógio. Talvez a melhor expressão
nesse caso seja escravos, viramos escravos do tempo.
Algumas pessoas não estruturam seu tempo dessa maneira. Existe um tempo subjetivo, interno, vivenciado. As horas não fazem mais sentido. Não é com o relógio que contam as horas; é com a saudade. Só vivem o tempo que recordam. Não querem ficar com a herança da avó velhinha, querem ficar com a saudade da vovó.
Dependendo da companhia,
lugar, circunstância, o tempo pode passar mais rápido ou devagar. Existem
momentos que parecem uma eternidade e na verdade duraram apenas segundos. Os
dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem.
Não são os longos e lentos
anos que nos envelhecem – são alguns minutos. Também não são os anos que nos
tornam melhores ou mais maduros. Não é o que o tempo faz conosco, é o que
fazemos com o tempo.
- Perceberam?
- O quê?
- O que acabou de passar.
- O que foi?
- Um minuto. Inteiro.
Segundo a segundo. Foi um minuto incrível e nem viram ele passar. Acabaram de
deixar um ir embora. Tentem compensar nos próximos.
Algumas vezes podemos perceber o tempo, outras não. Quando me aposentei, retirei o relógio, e por um ano, me dei ao luxo de não assumir nenhum compromisso social. O único compromisso foi comigo mesma, li muitos livros que não pertenciam ao eixo pedagógico, diretamente ligados ao meu antigo papel existencial. Aos poucos fui redefinindo os meus outros "eus", que haviam sido trancafiados ao longo de minha vida profissional Havia a urgência de manter as necessidades familiares. Hoje assumo poucos compromissos, e só faço, o que o momento permite.
ResponderExcluirAida tenho muitas tentativas de agendamentos familiares, mas isso é outra história.
ResponderExcluirTodos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Gostei do assunto e do texto.
Transforme as horas em tempo e não o tempo em horas.
ResponderExcluirMário Quintana “O Tempo“.
ResponderExcluirA vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.