quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

NOSSAS NAMORADAS SÃO AS ÚNICAS QUE ESTÃO CHORANDO!




- Nossas namoradas são as únicas que estão chorando!

Esta foi a queixa de um jovem a outro. Assim partiram três amigos de infância em viagem de férias com uma mochila nas costas, algum dinheiro e muita energia. Todos cursando a faculdade e tendo o mesmo interesse: animar festas tocando e cantando em uma banda.

O projeto era conhecer bares noturnos com música ao vivo e ampliar horizontes. As respectivas namoradas não puderam ou não quiseram acompanhá-los pelos mais variados motivos.

Com pais e mães a reação diante do projeto dos filhos não é de choro. A mãe revive seu passado de viagens, o pai realiza um desejo reprimido, um sonho não alcançado, uma aventura não imaginada. Projetam seus sonhos e desejos nos filhos. Vibram, incentivam e superam seus temores a respeito do mundo desconhecido que seus filhos encontrarão. O sonho vence o medo da despedida física e assim partem os filhos levando os pais em suas mochilas.

Com as namoradas é diferente. Desde os tempos mais remotos, homens iam para a caça, guerra e aventuras. Suas mulheres ficavam esperando. Ora cozinhando e cuidando dos filhos, ora bordando, ora tocando piano, ora chorando. Hoje elas esperam trabalhando, estudando, se aprimorando e também tendo momentos de lazer e diversão. Não ficam mais sentadas à janela esperando e sonhando com o retorno do jovem desbravador de terras distantes. Não são mais belas adormecidas, mas em sua maioria choram e lamentam a ausência de seus amados.

Por que a alma humana é assim? Não só a feminina. A masculina também!
Quando a mãe afasta o bebê do seio e o coloca no berço, geralmente a criança chora. Está reclamando porque quer permanecer no aconchego, não quer se sentir solitária e abandonada. Com a repetição e rotina dos cuidados maternos o lactente vai aprendendo e adquirindo confiança e passa acreditar que o tempo que passará no berço será recuperado no retorno de sua mãe – amada. E o retorno, sempre acontece, fortalecendo ainda mais o laço de amor entre os dois.

Podemos pensar que este modelo primitivo e imaturo de relacionamento se repete ao longo de toda uma existência.

Os jovens viajantes se iludem pensando que o choro é por eles, mas estão enganados. Elas, as namoradas do exemplo acima, choram por si mesmas. Por estarem inseguras e com medo do abandono. Ainda não se sentem fazendo parte do outro, não conseguem participar do sonho e não entram na mochila. São realistas e sofrem antes mesmo da partida acontecer. Como crianças inseguras, choram pela perspectiva do abandono temporário.

Neste verdadeiro drama, homens partem e mulheres esperam. Com a evolução dos tempos, esta historia mudou. Mulheres também saem enquanto homens esperam. Quem vai e quem fica chorando não é uma constante e as posições se alternam, assim como os comportamentos.

Existem maneiras de demonstrar apego e amor. A reação do choro, não necessariamente é uma demonstração amorosa. Pode ser manipulação, chantagem, ciúmes, inveja...

Quando um casal não compartilha ideais e sonhos, não consegue dormir direito. A tensão domina e podem despertar com pesadelos. O prazer de um relacionamento está justamente na realização de sonhos e fantasias inocentes. Construindo espaços para a individualidade, para o respeito mútuo, para a compreensão e por fim para o mais divertido: O COMPARTILHAR!

Amar é compartilhar e estar presente. Amar é entrar na mochila, fisicamente ou em pensamento.

Artigo escrito com colaboração de Luciana Fioravanti Silva, fisioterapeuta, morfo-analista
Leia mais no site http://www.ildomeyer.com.br/
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Um comentário:

  1. Quando um casal não compartilha ideais e sonhos, não consegue dormir direito. A tensão domina e podem despertar com pesadelos. " A partilha sincera acumula pontos! Evita brigas, ofensas, desconfianças e ciúmes. "Pesadelos." Nós mulheres levamos sempre tudo na mochila, no coração, no pensamento. Levamos o amor, as dores, o que aprendemos, o que erramos. O que ouvimos, o que queríamos ouvir... O que já aconteceu de bom, de ruim... O que podia ter acontecido ... O que esperamos acontecer... A mudança, a verdade, a palavra certa, o beijo. Com o tempo, a esperança "brocha". O cansaço vem...e já não queremos mais esperar, relevar, pois desacreditamos em tudo que há dentro da nossa "mochila", pois ela começa a pesar tanto,que chega até a nos desviar do caminho do bem, do que acreditávamos que era o certo, o bom. Até que um dia, um vento suave retorna. E tudo recomeça... Sim, nós mulheres somo diferentes.

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