quinta-feira, 6 de setembro de 2007

AUTO-ESTIMA E A SAÚDE DA MAMA

Fala-se muito em auto-estima, mas nem todos tem uma noção exata do que seja e nem de como ela funciona. São comuns expressões como “minha auto-estima está muito baixa porque engordei 10 Kg” ou “fui despedido e agora minha auto-estima está lá embaixo”. Considerar a auto-estima como uma gangorra, oscilando de acordo com as circunstâncias é semelhante a compará-la a um termômetro das emoções: se algo vai bem, ela sobe; caso contrário, desaba. Auto-estima é mais do que um termômetro emocional.
Auto-estima é basicamente um estado mental, uma avaliação positiva ou negativa que cada um tem de si. Não tem nada a ver com o que os outros falam ou pensam. É o que cada um pensa e sente a seu respeito. Se esta imagem que é criada corresponde ou não à realidade é um outro assunto, mas é esta imagem que vai ser a referência para lidar com o mundo e afetará todos os aspectos da vida. Existem mulheres, modelos profissionais, aplaudidas, reverenciadas e desejadas pelos homens, que se julgam magras e feias. Não importam os aplausos, as capas de revista ou os convites de casamento, a imagem de magra e feia é quem domina suas atitudes, apesar do aparente sucesso profissional.
O comportamento e os hábitos das pessoas são influenciados por suas auto-estimas, que podem ser baixas ou elevadas, mas não são imutáveis e podem ser reforçadas ou diminuídas, dependendo das circunstâncias.
Pessoas com auto-estima elevada sentem-se seguras, capazes de enfrentar desafios, tem boa comunicação verbal e não verbal, pensam que suas vidas fazem diferença para o mundo e para as pessoas, tem esperança no futuro. Pessoas com baixa auto-estima sentem-se cansadas, frustradas, desanimadas, inseguras, indecisas, acham-se de pouca valia, não tem boa comunicação, são desconfiadas e apresentam chance maior de contrair doenças.
Auto-estima é causa e não conseqüência. Assim, a pessoa engordou ou está indo mal profissionalmente porque sua auto-estima é baixa, e não o contrário. A baixa auto-estima é que foi a causa destes transtornos. Além disto, obesidade não tem nada a ver com baixa auto-estima; existem “gordinhas” com auto-estimas maravilhosas.
Qual a relação entre auto-estima e a saúde da mama?
Uma mulher com baixa auto-estima, sentindo-se insegura, desanimada, desconfiada, com má comunicação, achando-se de pouca valia, ao tomar banho palpa um nódulo em sua mama. Provavelmente, deixará o medo e a insegurança assumirem o controle da situação e não procurará auxílio médico, negando e escondendo o problema de si e da família. Quando a doença já tiver evoluído bastante, o tratamento conseqüentemente será mais agressivo (mastectomia total, quimioterapia, etc), e estas intervenções reforçarão na mente da pessoa seu estado depressivo e de baixa auto-estima.
Quando uma pessoa tem em mente a crença de que não merece estar bem, que nunca alcançará o sucesso ou que sua saúde não é boa, sua mente vai trabalhar para fazer cumprir esta profecia.
O comportamento típico de uma mulher com baixa auto-estima foi o que a levou a este circulo vicioso: depressão > não cuidar da saúde > evolução da doença > tratamento agressivo > depressão.
Mulheres com auto-estima reforçada prezam a vida, tem esperança no futuro, e a palpação de um nódulo em suas mamas provavelmente será encarada de maneira positiva, pois sabem de seu valor para o mundo e para as pessoas e enfrentarão mais este desafio em suas vidas com confiança e fé. Estas mulheres, além de vencerem a doença, eventualmente tornam-se voluntárias e trabalham em prol de auxiliar outras mulheres que possam necessitar de apoio, conselhos, experiência.
A doença é a mesma, a maneira de encarar e a atitude a ser tomada é que fazem toda a diferença, e a auto-estima pode ser a responsável por um ou outro comportamento. Procure manter sua auto-estima em alta e sua vida será melhor. E se quiser auxiliar o Instituto da Mama e outras mulheres, isto já será um reforço para sua auto-estima.

Resumo de palestra realizada no IV Simpósio de Educação para a Saúde da Mama, realizado em 07/12/2006 pelo IMAMA-RS
Leia mais no meu site: www.ildomeyer.com.br

Um comentário:

  1. Considero a auto-estima um estado natural da pessoa, não uma característica a ser trabalhada interiormente para que se consiga alcançar objetivos externos - um exemplo disso é a grande ilusão do modelo ideal - na atualidade é a busca da perfeição física, ditada pela moda. Atrás dela, legiões de pessoas num incessante movimento, (na maioria o feminino)para fazer parte deste seleto grupo.
    Pura ilusão, como bem evidenciado no texto pela realidade trazida pelas próprias modelos e sua baixa auto-estima.
    Pode-se até chegar ao "corpo perfeito", mas, e o resto?
    Uma mulher não é feita só do físico, tem um potencial interessantíssimo a ser desenvolvido: sua inteligência, suas habilidades, sua capaciade de aprender, de compreender, de compartilhar, ou de simplesmente sorrir, e com este sorriso fazer o dia de outra pessoa muito melhor, principalmente o dela mesma!
    A auto-estima é cuidar de si, dar carinho e atenção a si mesma, como modo de sentir-se bem, de ter mais saúde, felicidade, sem que isso se torne um modo de aprovação social.
    O importante é estar bem consigo mesma, o resto é mera conseqüência...

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