segunda-feira, 1 de julho de 2024

A enchente e os livros

 

As águas das chuvas de maio pareciam um pranto de lamento dos céus enchendo o rio Guaíba. O noticiário avisava que poderia transbordar e haver inundação. Ninguém imaginava a proporção que alcançaria. Uma semana ininterrupta de chuva e a previsão se confirmou. Água invadindo, ocupando e apossando-se da cidade.

A casa de Dirnei ficava distante dez quarteirões do rio, não havia motivo para se preocupar, pensava ele. Mas a água avançava furiosamente, engolindo tudo que via pela frente. Em duas horas a enchente já estava no quarteirão vizinho e o céu continuava lacrimejando a cidade.

Assustado, Dirnei começou a recolher coisas do chão e colocar em lugares mais elevados, nas prateleiras superiores dos armários e até mesmo por cima destes.