quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

SER FELIZ APENAS JÁ NÃO ME BASTA

Há dois anos escrevi o “Parabéns a Você”, um livro sobre a busca da felicidade. Na época foi classificado e distribuído nas livrarias como auto-ajuda, fato que de inicio me deixou incomodado, já que este tipo de literatura sofre com o preconceito de ser redigido por e para pessoas menos intelectualizadas.

Deveria isto abalar minha felicidade? Justo eu que tinha escrito um livro sobre o assunto iria me perturbar e deixar que uma classificação teórica atrapalhasse minha felicidade?

Confesso que preferiria estar incluído na seleta categoria dos filósofos, intelectuais e pensadores. Best-seller também serviria, porém isto não foi razão suficientemente forte para diminuir o prazer e a felicidade que pegam carona quando finalmente se conclui um livro e se passa a curtir o lançamento.

Além do mais, naquelas alturas, depois de tanto estudar, pesquisar e refletir é claro que o livro foi de auto-ajuda, para mim obviamente. Como a própria palavra diz, ao mesmo tempo em que escrevia o livro, estava me ajudando a compreender os porquês da felicidade e de sua ausência.

Todos os livros têm, em maior ou menor grau, uma parcela de auto-ajuda. Não consigo imaginar um autor que não passe um pouco de sua experiência, conhecimento e até mesmo sonhos no que escreve e que isto não venha a lhe trazer algum tipo de retorno.

Acontece que escrever um livro só para se auto ajudar é um desperdício. Tanto a auto-ajuda como a felicidade não são completas isoladamente. É preciso dividi-las para que se multipliquem. Guardar para si o conhecimento ou tentar ser feliz sozinho são atitudes e sentimentos que fazem com que a proposta inicial se enclausure e perca o sentido.

Publicar um livro com o intuito de ajudar de alguma forma o leitor é o objetivo primordial de todo escritor. Sua gratificação está na critica, no elogio, no reconhecimento, na mudança de paradigma, no crescimento pessoal da comunidade e também no aprendizado que a retro-alimentação dos leitores lhe possibilitará. A auto-ajuda do escritor não é a meta. É o bônus. Assim sendo, em última análise, qual o objetivo de um livro? Fornecer, informar, educar, ajudar o leitor. Ajuda e auto-ajuda.

Com a felicidade também aconteceu fenômeno semelhante. Ser feliz apenas já não me basta. É muito pouco, ficou pequeno demais. Desfrutar felicidade sem produzi-la não tem a menor graça. Quando contribuo, seja lá de que jeito for, para tornar feliz a vida dos que me rodeiam, a felicidade deles se reflete e retorna feito um bumerangue para mim, e isto é o meu maior orgulho: saber que quem eu amo e me ama é feliz.

FELIZ 2011!!!!!

Um comentário:

  1. Este livro não li ainda... Felicitar alguém por algum motivo em especial me parece um carinhoso gesto de consideração. Penso que se quisermos saber um pouco sobre circunstâncias da base categorial, desta fadada época, encontraremos um pouco do autor. E se atualizarmos os contextos vividos neste últimos dez anos, teríamos um novo autor?

    ResponderExcluir