segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Não mude apenas a folha do calendário

2009 está terminando. Quase todos os anos a rotina se repete. Festas, compras, trocas de presentes, especial de Roberto Carlos na TV, espírito natalino, fotos da família reunida, felicidade no ar, fogos de artifício à meia noite e quando vemos, já estamos no primeiro de janeiro de um ano novo. Ótimo, maravilhoso.

E o que fazemos com o ano velho? Esquecemos simplesmente ou fazemos algumas reflexões? Fomos felizes neste ano que passou? O que fizemos nesse sentido? Que fatos nos alegraram ou entristeceram? Quais os planos para o futuro? A tendência é deixarmos estas preocupações e balanços pra depois, juntamente com a fatura do cartão de crédito e com as contas acumuladas. Agora é hora de comemorar, comprar. Essa “farra” nos deixa com uma sensação de euforia e felicidade, afinal de contas, está nascendo um ano cheio de esperança e expectativas. E lá pelo dia 20 de janeiro, como em todos os anos, a felicidade de uns dias atrás tende a se transformar em pesadelo ou esvair-se feito água. Por quê?

Estudos comprovam que 50% da felicidade é herdada geneticamente e que fatores externos dificilmente alteram esta proporção: compras, prêmios de loteria ou grandes ganhos materiais são capazes de deixar o indivíduo eufórico, porém esta sensação de plenitude é facilmente esquecida com o passar do tempo, retornando aos níveis normais. Da mesma forma, tragédias tendem a ser esquecidas no período de um ano. Tanto a satisfação como o sofrimento exagerado tem vida curta, o ser humano acaba voltando ao seu nível genético de felicidade. Este fenômeno é chamado de adaptação hedonista.

Verificou-se que menos de 10% de nosso bem estar emocional é determinado pelas circunstâncias. Comprovou-se que o dinheiro só é importante na medida em que permite atender as necessidades básicas de um indivíduo. Estar desempregado ou ter um salário de três mil reais faz uma grande diferença no nível de felicidade, porém a diferença entre ganhar dez milhões ou cinqüenta milhões é desprezível.

Aparentemente educação e nível intelectual também não são responsáveis pela felicidade. Família, carreira, amigos, fé, saúde, segurança no trabalho podem ser um caminho mais tranquilo. Complicando ainda mais este caminho, nem sabemos direito o que nos faz felizes, e a busca da felicidade como um fim, é quase um sinônimo de fracasso.

Cuidado! Preste muita atenção agora: Felicidade não tem nada a ver com datas. Natal e ano novo também podem ser épocas de muita tristeza. Felicidade tem a ver com momento e não com o dia do calendário. Se o momento for bem saboreado, o gosto pode ser prolongado. Como tirar o melhor proveito?

Se for comprar alguma coisa, tenha claro que gastos vultosos em presentes trazem grande satisfação, porém com vida curta. É preferível utilizar o dinheiro em pequenas quantias para aquilo que melhore o dia a dia. Invista o dinheiro mais em experiências do que em bens materiais. Shows, viagens e relacionamentos são menos vulneráveis à adaptação hedonista.

Aproveite o final de ano para sair da rotina. Troque mais abraços do que presentes. Aproveite o dinheiro que ganhou para trabalhar menos e ficar mais com aqueles que você ama. Não gosto de dar sugestões tipo auto-ajuda e lugar comum, mas tente ver se já consegue perdoar os que não se comportaram como você esperava. Mesmo que ainda seja difícil, vai ser importante e pode fazer uma grande diferença lá adiante. Fique um tempo sozinho, pensando que 2009 está terminando, mas que não precisa ser apenas uma troca de calendário.

Não há uma fórmula mágica, mas uma coisa é certa: nenhum fato externo pode produzir a felicidade. Ela está dentro de cada um, é um estado ativo, um processo e não um lugar aonde chegar. Portanto, preocupe-se mais em ser do que ter, em viver do que em comprar... As experiências de hoje alimentarão as memórias de amanhã e farão a diferença no saldo da felicidade. Quer experimentar? Existem pelo menos 2010 maneiras. Que tal começar com um telefonema inesperado?
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Artigo escrito com colaboração da educadora Eda de Maman
Leia mais no site: www.ildomeyer.com.br

2 comentários:

  1. Para que esperar 2010 para ser feliz? Que tal ser feliz hoje? Agora mesmo, e isso é uma questão de escolha. Escolhemos não esperar, escolhemos dar uma chance ao simples, ao descomplicado, afinal, nossa vida é fruto das nossas escolhas. E acredito que quanto menos máscaras colocarmos, mais fácil fica de ver a si próprio, aceitar os próprios defeitos, mais fácil fica aceitar o outro. Vamos lá, ser feliz pode ser uma escolha.
    Escolha a simplicidade do sorriso, do amor, do carinho. A simplicidade do amanhecer e poder respirar a plenos pulmões. A simplicidade de ter uma família a quem amar. A simplicidade de saber que a felicidade está no caminho que trilhamos a cada dia, com prós e contras, mas que termina com saldo positivo no aprendizado. Vamos ser felizes! Escolha ser feliz!
    Por Ana Cristina Gheller Morschbacher

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  2. É tudo verdade, Don Ildo, pois Drummond já dizia: “é dentro de você que o Ano-Novo cochila e espera desde sempre” .
    Precisamos ter mesmo a capacidade de nos “reinventar” e não somente a cada ano, mas, a cada dia, a cada oportunidade, a cada imprevisto, enfim, a cada momento vivido e com a plena consciência de que se está fazendo a diferença!

    Tudo está em nossas mãos porque tudo se torna resultado de nossas decisões, nossas escolhas.

    Que em 2010, vimos a escolher ser e fazer melhor que possamos.. e principalemnte, que vimos a escolher a felicidade, sempre!

    Liane Cósta
    Empresária - Caxias do Sul/RS

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