Hoje não acordei bem. Senti um aperto na altura do
estômago, uma sensação de saciedade e uma preguiça daquelas que nos aprisionam
na cama. Olhei o relógio e vi que passavam das nove, mas não tinha a menor vontade
de levantar. Queria mesmo era voltar a dormir pra ver se acordava melhor.
Não consegui. O pessoal que trabalha na pousada já
estava circulando pelo corredor, especialmente dona Maria, que enquanto limpa
os quartos, cantarola muito alto e faz alguns barulhos que me atrapalham o
sono.
Além disso, fiquei pensando o que poderia ter
causado aquele mal estar. Rolava na cama de um lado para outro enquanto tentava
lembrar o que comera no dia anterior.
A noite havia sido ótima, não exagerei na comida
nem na bebida. A única coisa diferente foi aquele vinho verde português servido
durante o jantar. Tão logo vi aquele liquido verde na taça, estranhei a cor. O
garçom percebeu minha estranheza mas foi esperto e atencioso. Rapidamente saiu
explicando como era a fabricação e envasamento da bebida.