quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Por que o lançamento do livro aconteceu em uma vila

No dia do lançamento do livro, estava preocupado. Parecia até que o autor era eu. Nunca havia comparecido a uma sessão de autógrafos restrita a pouquíssimos convidados. Imaginava uma sala quase vazia onde o autor, depois dos trinta minutos iniciais de movimentação de pessoas, restaria isolado, apoiado em uma mesa, torcendo para que mais alguém entrasse na livraria. Depois de mais uns trinta minutos de espera e solidão disfarçada, encerraria a sessão com a sensação de vazio.

Não gostaria que isto acontecesse contigo e gastei várias horas pensando estratégias de preencher física e emocionalmente a livraria. A idéia de fazer o lançamento em um local pequeno, íntimo, numa cidadezinha no interior de Minas Gerais havia sido tua. Eu era apenas um convidado. Achei que não deveria questionar, afinal de contas, você é uma escritora experiente e eu, apenas um aprendiz. Também fiquei com receio de te contaminar com meus fantasmas. Apesar disto, algo me dizia para ficar atento a uma possível falta de público.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A tartaruga que nos habita



Quando comecei a correr, fazia por esporte. Mais tarde, descobri que além do benefício saúde física, a corrida me deixava tranqüilo, bem humorado e inspirado para a vida. Não sei explicar como funciona, mas a sensação que tenho é que à medida que me desloco para frente, as preocupações vão ficando para trás.

Funciona como uma terapia alternativa. Se alguma ansiedade começa a incomodar, coloco o tênis, calção, boné e saio trotando. Troco percursos, inverto o sentido das ruas, acelero o passo, desço ladeiras. Preciso estar em movimento. Quase sempre, depois de uns 30 minutos de corrida, já me sinto bem melhor, sem apreensão alguma.

Aproveitando esta experiência do bem estar promovido pela corrida, decidi fazer um movimento diferente. Uma viagem sem destino fixo, sem horários e sem data para voltar, com todas as estradas que o mundo oferece abertas. Meus únicos compromissos seriam deixar a vida me levar e dar espaço para as emoções escolherem o melhor caminho.