terça-feira, 29 de outubro de 2013

"Quem vive para combater um inimigo, têm interesse em deixá-lo vivo" - Nietzsche



Quando estive na Universidade Hebraica de Jerusalém, durante uma das aulas, o professor de filosofia fez o seguinte comentário: “Nós, aqui no Oriente Médio, vivemos em estado de guerra constante. Cada vez que saímos à rua, existe o perigo de uma bomba, um atentado, um míssel caindo do céu, entretanto, quando chegamos em casa, temos paz. Nosso lar é nosso refúgio. Vocês do Ocidente, vivem em aparente paz na rua, no trabalho, nas escolas, no shopping, mas quando chegam em casa, maridos, esposas e filhos entram em conflito.  O lar é  vosso campo de batalha".

Saí da aula um pouco atordoado com a provocação. Racionalizei comigo mesmo, argumentando que vivíamos em culturas completamente distintas e não cabiam julgamentos do tipo bom ou ruim, certo ou errado. Além disto, o professor não sabia que vivíamos no Brasil e que aqui também não é nenhum paraíso. O simples fato de andarmos na rua também nos coloca em risco, seja pela violência dos assaltos, como do trânsito. Assim sendo, nossa “guerra civil” também poderia funcionar como um elemento de união.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Qual máscara você prefere?


 Sempre que ando de avião e ouço aquela voz melosa dizendo "no caso de despressurização, máscaras cairão sobre sua cabeça”, penso que o impacto seria maior se o aviso alertasse exatamente o contrário: “em caso de despressurização, a máscara que você está usando, cairá”. Todos nós já utilizamos alguma espécie de máscara e talvez, ao escutar esta frase, nossa atenção se detivesse um pouco mais sobre o assunto. Já imaginou você, seu vizinho, seu patrão, o prefeito, a dona da loja, todos de cara limpa? Impossível. 
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A palavra personalidade deriva de persona, do etrusco, pessoa, porém, era utilizada para designar as máscaras que os atores utilizavam para representar seus personagens no teatro. Desde o primeiro instante em que o homem passou a conviver em sociedade, precisou aprender a, eventualmente, abrir mão de sua “personalidade” para representar outros papéis, não significando que se transforme em várias pessoas, mas simplesmente formas de se mostrar ao mundo.