sexta-feira, 29 de abril de 2011

Não sou nem quero ser o seu dono

História contada por um amigo. Ao chegar ao bar da moda, uma mulher logo chamou sua atenção. Aproximou-se, pediu licença para sentar ao lado dela e iniciaram uma animada conversa. Passados alguns minutos, surge um homem bastante irritado e lhe pede para se afastar, pois aquela mulher era “dele”.  Sem demonstrar nervosismo, meu amigo pediu desculpas argumentando que a mulher não havia lhe dito que tinha dono, mas gostaria de saber onde fora comprada, o preço pago, quantos anos de garantia... Acredite se quiser.

Contei essa história para ilustrar o sentimento de posse que, em maior ou menor intensidade, costuma aparecer nos relacionamentos. Será que o fato de carinhosamente se chamarem de meu amor, minha querida, meu namorado, minha esposa, meu fofo, vai lentamente incutindo a sensação de que “o outro é meu”?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Algum médico à bordo?

Retornando de férias, entrei no avião e por casualidade encontrei quatro colegas médicos, cada qual com uma especialidade diferente: ortopedia, urologia, psiquiatria e ginecologia. Enquanto esperava os procedimentos habituais de decolagem, viajei  mentalmente e tentei adivinhar qual colega seria o mais indicado para atender uma urgência em pleno vôo caso fosse requisitado pelo comandante.

 Imaginei um passageiro de 60 anos de idade, obeso, que repentinamente passa a vomitar, não consegue se comunicar e dá sinais de  perda de consciência. Imaginei ainda que existisse uma maleta de primeiros socorros com aparelho de pressão, estetoscópio, máscara de oxigênio e medicamentos contra hipertensão, náuseas e alguns analgésicos, todos com prazo de validade vencido.

É claro que a situação se presta para fazer anedotas de como se comportaria um profissional focado há mais de 20 anos em sua especialidade quando confrontado com o problema específico. Como reagiriam psiquiatras, ortopedistas, pediatras, dermatologistas?