quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sala de Esperança

Médicos do passado acreditavam que pacientes, por se encontrarem enfermos, não tinham outros compromissos e prioridades, a não ser esperar pelo atendimento que lhes traria alivio dos sintomas e cura da doença. O número de profissionais era muito restrito e as doenças proliferavam sem controle, não havendo alternativa diferente de colocar bancos e cadeiras para que doentes submissos aguardassem sua vez na fila. Nasciam assim “Sala de Espera” e sua irmã inseparável, “Paciência”, esta encarregada de consertar as confusões causadas pela primeira e condenada a se conformar com a situação.

Provavelmente alguns pacientes já consideravam esta espera na sala uma falta de respeito e um modelo de desorganização, mas não reclamavam pelo receio de serem mal atendidos. Os tempos mudaram e a resignação deixou de ser uma constante. Alguns médicos perceberam esta tendência e procuraram soluções, ao passo que outros ainda entendem que sala de espera lotada é sinônimo de sucesso profissional e mantêm o “status quo”.

Empiricamente médicos foram experimentando maneiras de diminuir a angústia e ansiedade dos que esperavam, auxiliados por quem convivia diariamente com o problema: o organizador da fila, seu fiel escudeiro, a secretária, que utilizando bom senso escutava queixas e desaforos enquanto fornecia explicações e servia de guarda-costas e porteiro da ante-sala do médico.

Uma das estratégias mais utilizadas foi transformar a sala de espera em uma espécie de sala de estar, cuja função seria oferecer conforto, relaxamento e distração aos esperantes, oportunizando assim entretenimento e socialização.
E nessa ânsia de oferecer o melhor, impressionar e acabar de vez com as reclamações, foram sendo adicionados requintes à sala: tapetes persas, granitos, computadores, máquinas de café, DVDs, jornais, revistas e claro, mais pacientes.

Funcionou parcialmente. Nossa sociedade foi programada para ter pressa. Não aprendemos e não gostamos de esperar. Por maiores que sejam os esforços no sentido de tornar agradável a espera, os resultados serão apenas paliativos. O que os pacientes buscam em um consultório, colorido ou sofisticado, não é a espera. Procuram algo que mesmo não sendo concreto, tem muito mais valor. Procuram a esperança. Pense nisso!
Material de divulgação de meu novo livro “Sala de Espera – Diferencial rumo ao Sucesso” – Editora DOC
Leia mais no site http://www.ildomeyer.com.br/




Um comentário:

  1. Querido Ildo,


    Grato pela mensagem e artigo belíssimo!!


    Sua produção é sempre muito bem vinda. Já lhe falei que seus escritos fazem um grande sucesso entre nossos leitores ?


    E, veja só, apesar de sermos novíssimos, temos apenas alguns meses de efetiva produção como blog, nossos leitores já são milhares, do Brasil e de muitos países, como: EUA, Reino Unido, Israel, Alemanha, Rússia, Itália, Japão... Uma alegria!!


    Portanto, por favor, continue produzindo e encantando nossa gente com suas percepções, escritos, depoimentos.


    Um abração grandão,

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