sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

PRA MIM, CHEGA DE FUTEBOL!

Não se assustem, não vou falar de futebol. Pelo contrário, vou falar de anti-futebol, anti-ética, anti-educação e falta de paixão.

Este final de semana é a decisão do Campeonato Brasileiro de Futebol, porém o destino não ficou satisfeito com uma simples partida entre duas equipes, e promoveu uma artimanha que se transformou em discussão nacional.

Para que um clube seja campeão, precisa da vitória de seu tradicional rival contra o adversário direto ao titulo. Explicando melhor, é preciso a ajuda do “arqui-inimigo” para se tornar campeão.

Como se comportará esta equipe? Vence o jogo, ajuda o rival a ser campeão e fica observando a comemoração da torcida que sempre odiou ou deliberadamente perde a partida para prejudicar e estragar a festa destes.

Até o momento, mais de 25 mil torcedores já aderiram ao blog que solicita à direção do clube que oriente os jogadores no sentido de “entregar o jogo” e perder a partida. Alguns membros da diretoria também já se manifestaram apoiando o “corpo mole” e justificam alegando que em situação inversa o adversário também não os favoreceria. Rumores dão conta de incentivos financeiros excusos (mala branca) por parte do clube interessado em ser campeão, para motivar jogadores a um empenho acima da “normalidade”.

Direção, torcedores, jornalistas discutem, porém quem estará lá dentro do campo serão os jogadores. Por mais explícita que possa ser a intenção de prejudicar o rival, a falsa moralidade exige que durante a partida isto não seja evidente e que a derrota previamente planejada seja vista por torcedores e telespectadores como um resultado justo frente à superioridade técnica da outra equipe.

Conseguirão os jogadores ser convincentes?

Qual a diferença entre estes jogadores, direção do clube, torcedores blogueiros, maridos que traem esposas e deputados escondendo dinheiro nas calças e cuecas? Apenas o contexto, todos se apóiam na mesma premissa: FALSIDADE DE APARÊNCIAS.

Atletas fazendo de conta que estão se empenhando, mas não querem vencer; casais mantendo as aparências e se traindo; políticos apoiando-se na impunidade parlamentar e desviando verba pública. Aonde vai se sustentar a confiança? Como se manter apaixonado? Como continuar torcendo?

Ser feliz com a desgraça do outro, pagar pra conseguir motivação extra, fazer de conta que não sabe o que está acontecendo são falsas aparências, e servem apenas para enganar. Enganam-se blogueiros ao confiarem no “amor à camiseta” de jogadores dissimulados, enganam-se eleitores ao acreditar em promessas e explicações de corruptos e enganam-se casais que mantêm relacionamentos falidos. Enganam-se pois não enxergam a realidade, enganam-se pois contentam-se com aparências, enganam-se acreditando ser felizes.

Pra mim chega! Vou continuar torcendo sim, mas não pelo futebol. Torço pela ética, pela honra, pelo surgimento de um comportamento mais responsável e para que toda esta vergonha e falsidade não acabem por matar aquilo que sempre deu colorido ao futebol, à política e ao amor: a paixão.

Domingo não vou assistir futebol, vou namorar!

Leia mais no site www.ildomeyer.com.br
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