quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A BOLSA OU A VIDA

Mãos ao alto, isto é um assalto! A bolsa ou a vida?






Todos os dias somos vitimas desta cena. Não estou falando de bandidos, crimes de colarinho branco, preços abusivos, impostos e outras tantas situações que já viraram rotina e a cada dia vão deixando o cidadão com menor poder aquisitivo.




Quero comentar os roubos que acontecem ou que deixamos acontecer contra nos mesmos. Quando o ladrão nos dá a opção, escolhemos a vida e entregamos a bolsa. Quando a sociedade permite escolher, muitos preferem a bolsa e entregam a vida.




Imagine que ao nascer temos duas bolsas enormes, uma cheia de recursos financeiros (dinheiro), e outra cheia de vida (tempo). As necessidades ao longo da existência seriam supridas por estas bolsas e poderia se escolher de qual delas seriam feitos saques e/ou poupanças. Em relação ao estudo, poderia se escolher entre gastar horas na escola ou simplesmente não estudar e poupar o tempo para outra atividade mais interessante, pois recursos financeiros estariam garantidos pela bolsa do dinheiro. O mesmo raciocínio vale para o trabalho, se você pode pagar suas despesas com a bolsa do dinheiro, para que gastar tempo trabalhando? Poupe tempo e gaste o dinheiro.




Agora comece a acordar: você nasceu com a bolsa do dinheiro vazia e a da vida cheia. O tempo é a única moeda que você tem para concretizar seus sonhos e passa a fazer saques para obtê-los. Quase sem perceber, todo o dia fazemos escolhas entre a bolsa e a vida. E escolhemos a bolsa. Trocamos horas de vida por empregos que não satisfazem mas pagam contas, por relacionamentos fracassados e mantidos por conveniência, por faculdades que não interessam mas fornecem diploma, por vícios que dão prazer e matam aos poucos.




A sociedade inicia seus assaltos à vida logo ao nascer, mas faz tão lentamente e em pequenas porções, que quase não se percebe a falta do que foi roubado: tempo e também dinheiro. O ladrão, por sua vez, ataca de surpresa, e se nos for dada possibilidade de escolha, entregamos a bolsa sem pensar, pois se ele nos roubar a vida está tudo acabado. O dinheiro ainda poderá ser recuperado através de novas trocas por tempo com a sociedade, afinal a bolsa do tempo ficou intacta com o assalto, e poderá ser utilizada a qualquer momento, pois continua sempre cheia.




Se o assalto for abrupto entregamos a bolsa e ficamos com a vida, se for crônico vamos entregando lentamente nosso tempo em troca de dinheiro. Alguns nascem com as duas bolsas cheias, outros com duas vazias, poucos com a bolsa do dinheiro cheia e da vida vazia e a maioria com a bolsa da vida cheia e a do dinheiro vazia.




A unidade de troca não precisa necessariamente ser dinheiro, podemos fazer cálculos utilizando a moeda tempo. Quanto tempo preciso trabalhar para comprar aquele relógio? Quanto tempo vou usufruir daquela casa na praia que vai me custar tantos meses de trabalho? Geralmente se começa a prestar mais atenção na bolsa da vida quando esta começa a dar sinais de estar ficando vazia e ai, infelizmente, descobre-se que esta bolsa não tem como ser preenchida com qualquer espécie de troca. Tempo perdido não pode ser recuperado.




Assisti ao filme “Sete Vidas” em inglês “Seven Pounds” onde um homem e uma mulher apaixonam-se, mas ela é portadora de uma doença cardíaca terminal que lhe daria somente mais um mês de vida. Durante um diálogo eles fazem o jogo do “e se”? E se eu fizesse um transplante cardíaco, sobrevivesse, tivéssemos filhos e nos mudássemos para a praia? A mulher estava com sua bolsa de vida quase no final, mas queria continuar vivendo e procurava maneiras de enchê-la novamente. Neste caso um transplante ainda poderia ser a solução. No dia a dia é mais fácil, existem soluções mais simples.




Ao entrar o ano de 2009 , aproveite a oportunidade e escolha você mesmo como quer pagar suas contas, porque o pior que pode acontecer é ser assaltado e deixar que a sociedade ou o ladrão escolham o que vão nos levar. Nossa resposta não pode ser um resignado “tanto faz”.






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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

FESTAS DE FINAL DE ANO - RISOS E LÁGRIMAS


Estamos chegando ao final de mais um ano. Será que é só isto , apenas mais um ano que daqui a pouco chegará ao fim? 2008 sai do calendário e entra 2009? Não, não foi só mais um ano, foi um ano diferente. Queda das bolsas, bancos quebrando, recessão, desemprego. Alguns vão aproveitar as oportunidades, outros vão afundar. Apesar disto, o mundo vai seguir girando, a vida continua, não foi a primeira crise na história da humanidade, e o sol vai continuar nascendo e se pondo como acontece há milhões de anos.

E com você, como foi o ano? Tem algo para comemorar ou vai festejar apenas porque o péssimo ano está terminando e quem sabe o próximo seja melhor?

Festas podem ser alegres para uns e tristes demais para outros. Podem ser uma ótima oportunidade de comemorar com parentes e amigos, mas não é assim para todos. Alguns sequer tem família, ou estão longe delas; outros se angustiam só de pensar em dar uma trégua em suas vidas sofridas, se comportar com falsidade, cumprimentar pessoas, fingir que está tudo bem, trocar presentes e dizer clichês do tipo “que seus sonhos se realizem”.

Talvez festas de final de ano não representem nada para alguns, que simplesmente jantam um pedaço de pizza assistindo televisão, dormem e na manhã seguinte, quando o sol nasce, suas vidas continuam como sempre foram. Para outros, talvez natal e ano novo representem muito, mas nunca tiveram tempo ou quiseram parar e pensar no porquê deste sentimento, e todos os anos repetem automaticamente o mesmo ritual. Isto os deixa felizes, ou quem sabe nem tanto...

Festas de final de ano são ótimas oportunidades para comemorarmos mas também para nos enganarmos e iludirmos.. Comendo e bebendo até cair mas prometendo iniciar o regime na manhã seguinte, resolvendo fazer uma mudança radical a partir da virada da meia noite, fazendo votos de amor, combinando viagens... 95% das resoluções da noite da festa são apagadas com a ressaca da manhã seguinte.

A necessidade de conjugar felicidade, alegria, prosperidade com a mudança de calendário pode ser fonte de ansiedade, depressão, angústia e até mesmo medo, terminando por estragar a festa de todos. Quando buscas, sonhos e metas não foram alcançadas ao longo do ano, alguns aproveitam a êxtase da festa e desesperadamente fazem promessas para o ano seguinte.

Já começam endividados. Mudanças não acontecem somente porque são desejadas, é preciso comprometimento. Ao longo dos dias a determinação pela promessa vai se esvaindo, acaba-se voltando a velha rotina e quando se vê já passou mais um ano. É natal de novo, festas, comemorações e lá no fundo aquela sensação ruim de não ter conseguido se repetindo mais uma vez. Ficou devendo.

Ao se aproximar esta época do ano, alguns desejam ardentemente as festas, enquanto outros as temem. Alguns anseiam pelas ceias, outros se preocupam com as dietas; alguns recebem presentes, outros contabilizam dívidas; alguns sorriem, outros choram.

Talvez um velho adágio popular possa nos ser útil nestes dias: “o que engorda não é o que se come entre o natal e o ano novo, mas o que se come entre o ano novo e o natal”. O mesmo vale em relação a promessas: “o que for plantado entre o ano novo e o natal, será colhido e comemorado na semana entre o natal e o ano novo”. Festas são para colheita, não para dívidas. Inicie o ano trabalhando, não prometendo.

Você tem vontade de mudar em 2009?
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